Militar que denunciou entrega de celular a traficante na prisão é assassinado

O tenente-coronel do Exército do Paraguai Guilhermo Moral Centurión foi executado a tiros por dois pistoleiros nesta quinta-feira (2) em Asunción, capital do país vizinho.

Ele seguia em uma caminhonete azul quando os criminosos, em uma moto, passaram ao lado e abriram fogo. O crime ocorreu em frente à Faculdade de Direito da UNA (Universidade Nacional de Asunción), área central da cidade.

Em 2023, Guilhermo ficou conhecido após acusar seu superior, o coronel Luis Belotto, de introduzir um celular na cela do narcotraficante Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”. Em setembro de 2025, Belotto, a esposa e um advogado foram condenados pelo crime denunciado pelo tenente-coronel. Segundo a denúncia, Belotto teria oferecido dinheiro ao subordinado para que ele entrasse no presídio com o celular.

Com atuação inclusive na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, onde mantinha empresas, fazendas e até igrejas para lavagem de dinheiro, “Tio Rico” foi preso por policiais civis do Rio de Janeiro em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, em fevereiro de 2023. Expulso do Brasil por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), ele segue custodiado no Paraguai, esperando julgamento.

De acordo com a imprensa do Paraguai, Guilhermo Moral Centurión estava sendo seguido há vários dias. O irmão dele revelou que o militar temia pela sua segurança, já que não recebeu nenhum tipo de proteção após fazer denúncias contra um dos mais importantes traficantes do Paraguai. O comando das Forças Armadas paraguaias negou ter conhecimento das ameaças contra Guilhermo.

Narcotraficante “Tio Rico” ao lado de policial durante buscas em sua cela (Foto: Divulgação)

Na manhã desta sexta-feira (3), a casa do coronel Luis Belotto foi alvo de buscas da Polícia Nacional e do Ministério Público. Ele não estava na residência, mas vários documentos foram apreendidos.

Buscas também foram feitas na cela ocupada por “Tio Rico” no presídio de segurança máxima de Minga Guazú. Tanto o narcotraficante quanto o coronel Belotto são tratados como suspeitos de mandar executar o tenente-coronel Guilhermo Centurión.

 

Matéria: Campo Grande News

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