Com o objetivo de combater as informações falsas que tentem descredibilizar o uso das urnas eletrônicas nas eleições, o promotor de justiça do Núcleo Eleitoral do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP/MS), Moisés Casarotto, explicou, em vídeo publicado nesta segunda-feira (15), todo o processo de certificação dos equipamentos e como é impossível adulterar o resultado da votação por qualquer meio.
Na entrevista divulgada no canal do Youtube do MP/MS, o promotor lembrou que uma das fake news mais frequentes na época de campanha eleitoral é a respeito da confiabilidade das urnas eletrônicas. Entretanto, o país decide seu futuro há 26 anos por meio delas e não há indícios de que algum resultado foi alterado ou fraudado neste tempo.
“O Ministério Público fiscaliza as urnas há 26 anos. Ao todo, são 30 barreiras eletrônicas e humanas para garantir a segurança do pleito, barreiras que envolvem a polícia federal, o MP e até os partidos que estão concorrendo”, pontua Casarotto.
O promotor explica que, caso fosse possível alterar o resultado da votação, isso não poderia ser feito por meio da internet, já que a urna não tem qualquer meio de conectar com wi-fi ou dispositivos móveis de banda larga.
“É uma máquina fechada e para acessar é preciso colocar a mão nela, ter essa interferência física porque não tem como fazer isso à distância”, explica.
Casarotto também acrescenta que todos os dados dos concorrentes, como nome, foto e número, são inseridos nas urnas em procedimento realizado em audiência pública, que pode ser acompanhado por qualquer cidadão da sociedade civil.
Nesta mesma ocasião é colocado um lacre físico em todos os acessos da urna, inclusive nos parafusos e, caso alguém o retire, o dano e o responsável podem ser facilmente identificados.
Além de lacrar a urna, na mesma audiência, alguns aparelhos são sorteados para uma simulação de votação. Neste momento, será verificado se todos os dados foram inseridos corretamente por meio da escolha de um dos candidatos, que terá seu nome, número e foto exibidos na tela.
Após essa simulação, explica o promotor, as urnas são mantidas no cartório eleitoral e são enviadas para as zonas eleitorais apenas no sábado que antecede o pleito.
Outro fator de segurança adotado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em todos os Estados é a votação paralela. Esta medida consiste em depositar votos paralelos em urnas sorteadas no domingo de eleição, com registro em papel dos votos para que, no final do dia, sejam comparados os resultados
“Aqui serão sorteadas 20 urnas, que serão buscadas no local de votação. Na hora da eleição, os votos são colocados na urna e anotados em um papel, enquanto o processo é filmado. No final do dia é retirado um documento que mostra que os votos são exatamente iguais aqueles que foram dados na urna”, explica Casarotto.
Por fim, o promotor ainda enfatiza que não há como alterar a votação antes de mandá-la ao TSE porque no final da votação, cada seção eleitoral é responsável por imprimir um boletim da urna, onde consta a relação nominal de cada candidato e quantos votos ele teve em determinado local.
“O documento é assinado por fiscais e mesários e fica afixado na porta de cada seção para verificação pública. Só depois de ter essa divulgação, os dados são mandados para o TRE e TSE, que não tem como alterar os dados”, conclui Casarotto.
Fonte: Correio do Estado