Ouvido na delegacia nesta quarta-feira (4), rapaz de 21 anos acusado de atropelar um motociclista na tarde de terça-feira (3), na Avenida Nelly Martins, disse que não percebeu o acidente. Ele responde por lesão corporal dolosa, quando há intenção.
Conforme o delegado Gabriel Desterro, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, o rapaz se apresentou voluntariamente, após ser identificado pela polícia. Ele foi até a delegacia acompanhado de advogado.
Os policiais chegaram até o motorista após a caminhonete Hilux ser identificada, com as imagens das câmeras de segurança. O proprietário é pai do suspeito e revelou que quem dirigia a caminhonete era o filho.
Assim, com advogado, o rapaz foi ouvido, mas alegou que não sabia do acidente. Ele ainda disse que só soube do atropelamento na Depac, mesmo com a repercussão do caso na mídia e nas redes sociais.
Portanto, ele negou também que teria discutido com a vítima. Apesar disso, conforme o delegado, o vídeo mostra que a forma como o rapaz jogou a caminhonete demonstra intenção.
Isso leva a crer que o atropelamento foi doloso. Então, o rapaz responde por lesão corporal dolosa de natureza grave, se resultar perigo de vida.
Testemunha viu discussão
Ainda nesta quarta, testemunha foi ouvida na Depac. O jovem de 19 anos foi o primeiro a socorrer o motociclista e inclusive aparece nas imagens das câmeras de segurança.
Ele contou que viu a Hilux em alta velocidade e que o motociclista parecia fugir da caminhonete. Após a colisão, a vítima convulsionou.
Como a testemunha é estudante socorrista e bombeiro civil, parou para ajudar. O jovem percebeu que a vítima estava convulsionando e outro motociclista parou em seguida, acionando o Corpo de Bombeiros.
A testemunha auxiliou até a chegada do socorro. Já o terceiro motociclista revelou que viu a discussão entre o motociclista e o motorista da caminhonete.
A briga teria começado na rotatória da Nelly Martins com a Avenida Mato Grosso. Então, o motorista da Hilux teria começado a perseguir o rapaz, que depois foi atingido.
A testemunha diz não acreditar na versão do motorista. “Se ele não tivesse visto, teria me levado junto”, alegou. “O jeito como ele atravessou a faixa não mostra que foi sem querer”, disse.
