MS fica entre os estados que empacam na desigualdade educacional

Mato Grosso do Sul aparece no mapa nacional como um dos estados que não conseguiram reduzir as desigualdades no ensino básico entre 2019 e 2023, período que abrange o antes e o depois da pandemia.

Apenas 11 estados brasileiros melhoraram o desempenho de estudantes negros e de baixa renda, segundo levantamento do Iede (Instituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), divulgado nesta sexta-feira pelo jornal Folha de São Paulo, que analisou os resultados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) por raça e grupo socioeconômico.

O estudo mostra que redes de educação maiores, como São Paulo, registraram queda no aprendizado dos alunos mais vulneráveis. No estado, o percentual de estudantes de baixo nível socioeconômico com conhecimento satisfatório em matemática caiu de 15,7% para 13,3%. Entre os alunos de alto nível socioeconômico, a queda foi de 29,2% para 26,3%. Em língua portuguesa, os alunos mais ricos mantiveram desempenho estável, enquanto os mais pobres e os estudantes pretos, pardos e indígenas tiveram redução de um a dois pontos.

Dos 11 estados que conseguiram melhora, seis estão no Nordeste (Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), três no Norte (Amazonas, Pará e Amapá), um no Sul (Paraná) e um no Centro-Oeste (Goiás).

O Piauí foi destaque, aumentando em nove pontos o percentual de estudantes pretos e pardos com desempenho adequado em língua portuguesa nos anos finais do ensino fundamental, chegando a 39,8% em 2023. Mato Grosso do Sul segue sem registro de avanços significativos nesse recorte, permanecendo estagnado em relação aos alunos mais vulneráveis.

Indagado sobre o assunto, o MEC (Ministério da Educação) informou que tem implementado diversas ações para apoiar as redes estaduais e municipais no enfrentamento às desigualdades, particularmente as de aprendizagem. A reportagem também solicitou posicionamento à SED (Secretaria de Estado de Educação) e aguarda retorno.

 

Matéria: Campo Grande News

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