A cada dia de 2019, cerca de quatro pessoas foram estupradas por dia em Mato Grosso do Sul. Do primeiro dia de janeiro, até está terça-feira (31), 1788 boletins de ocorrência contra o crime foram registrados em todo o Estado. Na Capital, o número ultrapassa 600 casos denunciados.
Os dados são divulgados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) baseados nos registros policiais feitos em todas as delegacias do Estado e somam crimes contra a dignidade sexual de mulheres, homens e crianças. Neste ano, segundo o balanço, foram denunciados 561 casos em Campo Grande.
Se o balanço for feito pelo SIGO (Sistema Integrado de Gestão Operacional), os casos na Capital sobem para 606. Ainda assim, conforme a delegada Bárbara Camargo Alves, plantonista da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), esses números nem sempre correspondem à realidade.
“Os números não refletem a realidade, que é bem pior. Nem sempre a mulher tem conhecimento de que esse é um tipo de violência. Eu já cheguei a palestrar sobre o assunto e, ao final, uma senhora veio me perguntar se ela não quiser ter relações sexuais com o marido é estupro ou não”, lembrou.
A delegada detalha ainda que apesar do balanço trazer tipos diferentes de estupro – como os crimes contra crianças ou durante violência doméstica – a maioria dos casos seguem um padrão: são cometidos por pessoas de confiança da vítima. “É quase uma regra que, em relatos de estupro envolvendo crianças, sejam citados familiares ou pessoas próximas, como tios, padrastos e avôs”, exemplificou.
Ainda assim, os números são menores que os registrados no mesmo período do ano passado. De janeiro a dezembro de 2018, foram registrados 1.914 casos de estupro em Mato Grosso do Sul. Na Capital foram 621 registros.
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