Quatro cidades sul-mato-grossenses aparecem no ranking Cidades Inteligentes e Conectadas (Connected Smart Cities -CSC) 2025 (CSC). Campo Grande ocupa o terceiro lugar da lista, seguido por Ponta Porã, em sexto, Três Lagoas, em oitavo e Dourados na décima posição.
A pesquisa, divulgada durante a 30ª edição da Futurecom 2025, em São Paulo, corresponde ao período de janeiro a julho deste ano e é realizada pelas empresas Necta, Soluções Públicas Inteligentes (SPIN) e Scipopulis.
A avaliação de cidades inteligentes envolve a análise de variados indicadores que medem o desenvolvimento urbano sustentável e a qualidade de vida proporcionada aos seus habitantes, com o objetivo de fornecer uma visão ampla do desempenho das cidades em diferentes áreas, utilizando um conjunto de indicadores padronizados e reconhecidos internacionalmente.
Ao todo, as cidades são avaliadas em 59 indicadores, integrando 13 Eixos Temáticos que compõem o Ranking CSC: Economia e Finanças; Educação; Energia; Governança; Habitação e Planejamento Urbano; Inovação e Empreendedorismo; Meio Ambiente e Mudanças Climáticas; Mobilidade Urbana; População e Condições Sociais; Resíduos Sólidos, Esgotos e Água; Saúde, Agricultura Local/Urbana e Segurança Alimentar; Segurança; e Telecomunicações.
Segundo a pesquisa, na região Centro-Oeste, Brasília se destaca pelas políticas de governo eletrônico e projetos de dados abertos, ocupando a primeira colocação no Ranking. Goiânia, em segundo, tem investido em soluções de mobilidade inteligente e gestão integrada da cidade.
Em Mato Grosso do Sul, algumas cidades já começaram a adotar sistemas de monitoramento urbano e serviços digitais, como o monitoramento do trânsito através de drones em Campo Grande e o aplicativo digital desenvolvido pelo governo do Estado, o MS Digital.

Em âmbito nacional, as 10 cidades brasileiras que lideraram o Ranking Brasileiro foram:
- Vitória – ES
- Florianópolis – SC
- Niterói – RJ
- São Paulo – SP
- Curitiba – PR
- Recife – PE
- Barueri – SP
- Santos – SP
- Salvador – BA
- Rio de Janeiro – RJ
Cidades inteligentes
De acordo com o co-fundador da empresa Mambo Wi-Fi, Leandro Gonçalves, o que define uma cidade como inteligente é a “conectividade”, mas uma cidade conectada é diferente de uma cidade inteligente.
“A conectividade é a espinha dorsal do tema. Quando trazemos isso de forma invisível, trazemos uma solução que vai fazer parte do dia a dia. Para ser inteligente, preciso trazer acessibilidade e um serviço que funciona”.
Leandro explica que a tecnologia “cria pontes entre o cidadão e o serviço oferecido”, por isso, ela precisa ser acessível.
“O governo tem começado a trazer muitos serviços digitais, como o SUS Digital, o gov.br, e-título, que trazem facilidade ao acesso dos serviços. Porém, a tecnologia precisa estar aliada às mudanças que isso traz, e as pessoas precisam ter acesso facilitado a esses serviços digitais, porque não adianta eu ter o serviço se não é acessível”.
Ele citou o exemplo da cidade de São Paulo, um grande eixo urbano do Brasil.
“Nós fizemos uma pesquisa recente em São Paulo e 70% dos entrevistados afirmaram que só têm acesso à internet nos pontos de wi-fi espalhados pela cidade. Então, existe um vale muito grande onde as pessoas não têm acesso à internet e nem aos serviços. Por isso, a conectividade tem um papel fundamental em grande parte desses eixos”.
Para a fundadora da Mambo, a empresária Katie Pierozzi, uma cidade inteligente é aquela com “iniciativas ou abordagens que aproveitam efetivamente a digitalização para aumentar o bem-estar dos cidadãos e oferecer serviços urbanos e ambientes mais eficientes, sustentáveis e inclusivos”.
Ela explica que as cidades são medidas através de certificações, como a ISO 37.122/2020, que mede o emprego de inovação e das tecnologias, a internet disponível, porcentagem da população com acesso à internet, seja por banda larga fixa, móvel ou outros meios, além da capacidade mínima de conexão que a internet oferece.
“É um dos indicadores usados para avaliar a maturidade digital de uma cidade, comparando o nível de conectividade entre diferentes localidades. Para obter a certificação, precisa estar dentro de todos os requisitos que ela propõe e apenas seis cidades brasileiras se encaixam”.
Katie citou alguns exemplos de cidades inteligentes no Brasil e no mundo.
- Nova Iorque (NY), com atualização de orelhões públicos por tótens; construção de ilhas de comunicação em massa; 3.720 locais de pontos de internet; Wi-Fi, tablets com mapa, carregadores de celulares; “click to call” para contatar a polícia caso necessário.
- Curitiba (PR), com internet pública e gratuita; modernização da iluminação; usina fotovoltaica Pirâmide Solar; Fala Curitiba; Muralha Digital; além de ser reconhecida como uma das cidades mais inteligentes do mundo.
- São José dos Campos (SP), sendo a primeira cidade inteligente sustentável e resiliente do Brasil e da América Latina pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em 2022, sendo recertificada em 2023 nos níveis ouro e platina, com quase 300 pontos públicos de wi-fi.
Futurecom 2025
O Futurecom é o evento referência em Conectividade e Inovação para a América Latina e, nos últimos anos, tornou-se também um importante hub em soluções para cibersegurança e facilitador da Transformação Digital.
Em 2025, celebrou a 30ª edição, reunindo cerca de 300 marcas expositoras e mais de 30 mil profissionais do setor em 25 mil m² de área de exposição, no Expo São Paulo, na capital paulista.
O evento teve início no dia 30 de setembro e seguiu até o dia 2 de outubro, superando o público esperado de 30 mil visitantes, com mais de 200 horas de conteúdo e 500 palestrantes.
Matéria: Campo Grande News