MS registra o maior número de abate de suínos em quatro anos

Em Mato Grosso do Sul, nunca houve tanto abate de suínos quanto no 3º trimestre de 2023, mostram os dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números apontam que, no 3º trimestre, 710,3 mil suínos foram abatidos no Estado, o maior volume desde 2019. O último recorde havia sido no 3º trimestre do ano passado, quando houve abate de 703 mil suínos.

Reprodução/Sidra/IBGE 

Em comparação com os dados nacionais, MS destaca-se acompanhando o ritmo médio nacional, no qual o abate de bovinos e suínos chegou a um novo recorde da série histórica, iniciada em 1997.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o aumento da eficiência nas granjas, a carne suína de MS atende ao consumo interno e externo, tendo como principais destinos Hong Kong, Singapura, Uruguai e os Emirados Árabes Unidos.

No Estado, São Gabriel do Oeste é o local que mais se destaca pela produção na suinocultura, estando na lista das oito cidades do País que mais produzem aves e suínos.

O Relatório Anual 2023, divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), destaca que o município é reconhecido pela sua alta produtividade na área.

Crescimento e investimentos no setor

A suinocultura de Mato Grosso do Sul já se consolidou como atividade forte e produtiva.

Números divulgados em julho deste ano pela CNA mostram que o estado tem a sexta maior produção do país, com mais de 100 mil matrizes suínas, com previsão de crescer 49% em três anos.

Sobretudo, informações do Departamento Técnico do Sistema Famasul mostram que, em 2022, a produção de carne suína sul-mato-grossense apresentou bons números, saindo de 148 mil toneladas em 2017, para 240 mil no ano passado, crescimento de 62%.

Segundo a CNA, a evolução da suinocultura é o resultado de maior qualificação dos produtores e benefícios que ajudam na implantação de novas tecnologias.

O acesso ao crédito rural, um dos principais financiamentos à disposição dos produtores, cresceu em Mato Grosso do Sul. Segundo o Banco Central, até 2018 o valor era pouco mais de R$ 661 mil e, em 2022, superou R$ 107,09 milhões.

Outro apoio é o Leitão Vida, programa do Governo do Estado que visa expandir a suinocultura, para atender aos mercados mais exigentes.

Em 2022, foram pagos R$ 50,5 milhões em incentivos, beneficiando 246 granjas, com 2,1 milhões de suínos abatidos.

“Os investimentos na atividade destinam-se às cooperativas e agroindústrias com objetivo de instalar novas unidades de produção de leitões (UPLs), implantar a central de produção de Sêmen com capacidade de atender até 120 mil matrizes suínas/ano e ampliar a capacidade de produção das plantas frigoríficas”, destaca Eliamar Oliveira, consultora de economia do Departamento Técnico da Famasul.

Abate de animais no Brasil

No País, no 3º trimestre de 2023, o abate de bovinos aumentou 12,2%, o de suínos cresceu 0,5% e o de frangos subiu 3,2% ante o mesmo período de 2022.

Na comparação com o 2º trimestre de 2023, o abate de bovinos teve aumento de 5,5%, o de suínos, de 2,9%, e o de frangos, de 1,4%.

Ao todo, foram abatidas 14,62 milhões de cabeças de suínos e 8,93 milhões de cabeças de bovinos.

A aquisição de leite foi de 6,23 bilhões de litros, com aumento de 1,3% ante o 3º trimestre de 2022 e de 8,6% frente ao trimestre imediatamente anterior.

Já a aquisição de peças de couro pelos curtumes subiu 9,2% frente ao 3º trimestre de 2022 e aumentou 4,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior, somando 8,84 milhões de peças inteiras de couro cru.

A produção de ovos de galinhas chegou a 1,06 bilhão de dúzias, alcançando um recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 1987. A alta foi de 2,3% em relação ao registrado no mesmo período de 2022 e de 1,0% frente ao trimestre imediatamente anterior.

Fonte: Correio do Estado

Notícias semelhantes