Em Mato Grosso do Sul, segundo levantamento da AGU (Advocacia Geral da União), ao menos 280 crianças de 5 a 11 anos teriam sido vacinadas com imunizantes da Pfizer de dosagem para adultos. O dado, retirado da RDNS (Rede Nacional de Dados em Saúde), é alimentado pelos Estados e municípios, e podem conter erros, já que a inclusão é feita manualmente.
Em todo Brasil, haveria 57.147 crianças e adolescentes em todo o país que foram imunizados com doses para adultos – não apenas da Pfizer. Tais doses não são autorizadas para aplicação em menores de 18 anos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Além de 280 crianças em MS que teriam recebido imunizante Pfizer destinado a adultos, outras 711 teriam tomado doses de Coronavac, Astrazeneca e Janssen, além de mais 43 que nem idade para receber vacina contra a covid-19 teriam, já que se tratam de crianças entre 0 e 4 anos, totalizando 1.034.
Os números coletados pela AGU foram encaminhados ao STF (Supremo Tribunal Federal) em manifestação pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco. O documento foi enviado ao ministro Ricardo Lewandowski ontem.
Em nome da União, Bianco pediu a Lewandowski que conceda uma liminar (decisão provisória) para obrigar estados e municípios a interromperem qualquer campanha de vacinação de crianças e adolescentes que esteja em desacordo com as diretrizes da Anvisa e do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
Ele pede ainda, que Lewandowski ordene estados e municípios a identificarem todas as crianças e adolescentes que receberam vacinas equivocadamente, para que sejam inseridas no sistema de farmacovigilância e tenham identificados possíveis efeitos adversos. O procedimento é uma recomendação da Anvisa.
Bianco também informou na manifestação que em setembro e novembro do ano passado, o Ministério da Saúde enviou dois ofícios aos estados e ao Distrito Federal questionando os dados sobre a aplicação de vacinas não aprovadas pela Anvisa em menores de 18 anos. Perguntava ainda se haveria erros na inserção das informações que pudessem ser retificadas. Nenhum dos questionamentos teriam sido respondidos pelas unidades federativas.
SES – Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que a responsabilidade de aplicação é dos municípios e que “estes casos são inserções de informações erradas no sistema, quando detectado é solicitado que o município faça a correção”.
Também ressaltou que o próprio PNI (Programa Nacional de Imunização) informou que houve aumento no número de registros errados no sistema após os ataques hackers a plataforma do Ministério da Saúde e que este, também registrou os primeiros lotes da vacina pediátrica da Pfizer no Sistema do SI-PNI como vacina da Pfizer adulta.
“Portanto devido esse erro de registro do Ministério da Saúde algumas crianças de 05 a 11 anos que tomaram a vacina pediátrica da Pfizer aparecem no sistema como se tivessem tomado a vacina adulta”, diz a nota.
Nos casos em que equívoco é comprovado, os municípios fazem a notificação, é realizada a avaliação do paciente e acompanhamento por médicos, bem como paralisado o esquema vacinal até ser possível ofertar o imunizante adequado.
– CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS