Goiânia – A técnica em enfermagem Joana Darque da Silva Montel, de 30 anos, vive um drama. A mulher denuncia que teve parte do bumbum necrosado e várias cicatrizes no corpo após fazer cirurgias plásticas com a médica Lorena Duarte Rosique, na capital goiana. A paciente registrou boletim de ocorrência pedindo a investigação do caso por lesão corporal.
De acordo com a paciente, ela fez um procedimento estético no bumbum em 13 de dezembro do ano passado, que evoluiu para uma infecção. Segundo ela, começou a fazer as cirurgias plásticas em 2021 e já havia realizado mais de uma cirurgia com a médica. Conforme a vítima, as plásticas não foram bem sucedidas, bem como as cirurgias reparadoras, conhecidas como refinamento.
Além da necrose no bumbum, a mulher afirma que tem cicatrizes por todo o corpo, especialmente na barriga, e perdeu parte das aréolas.
Ao Metrópoles o advogado de Lorena Rosique, Octavio Augusto Orzari, informou que a paciente foi assistida e orientada, no entanto, foi atendida em um hospital público, onde supostamente teria piorado a infecção.
CRM interditado
Cirurgiã plástica, Lorena Rosique já teve o registro de médica (CRM) interditado pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em fevereiro do ano passado, após denúncias de pacientes que também tiveram cirurgias mal-sucedidas, mas o registro foi reativado um mês depois pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e ela voltou a operar.
Por meio de nota enviada ao Metrópoles, o Cremego informou que a interdição cautelar imposta a médica em fevereiro de 2022, tinha validade de seis meses e poderia ter sido prorrogada por mais seis ou revogada a qualquer momento pelo Cremego. “Mas, em 25 de março de 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) revogou a interdição feita pelo Cremego e a médica pôde voltar a atuar”.
Ela foi denunciada pela vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos. A mulher realizou um procedimento para levantar os seios, eliminar gordura e aumentar o bumbum, no entanto teve queimaduras, necroses e diversas complicações. Em suas acusações, a paciente acusou a médica de negligência.
Kelly ficou internada no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, onde teve de passar por cirurgia para retirada da pele necrosada e foi submetida a outros procedimentos, como uma cirurgia de enxerto. A paciente passou por, ao menos, seis outras cirurgias.
No site do Tribunal de Justiça de Goiás há pelo menos 18 processos tramitando contra a médica, a maioria sob sigilo.
Outras denúncias
Outra paciente de Lorena Rosique, a vendedora Karita Rabelo de Andrade, de 34 anos, fez lipoaspiração e colocou próteses nos seios em 4 de dezembro de 2021. Um dia depois da cirurgia, ela relata que passou mal e precisou se internar. No hospital, ela descobriu que teve o intestino perfurado. Durante a internação, Karita teve paradas cardíacas, ficou em coma e foi até intubada.
Ao portal G1, a mulher relatou que a vida nunca voltou ao normal e que já teve que fazer outras cirurgias. “No início, ela [médica] me disse que era anemia. Minha barriga ficou toda vermelha e ela dizendo que era alergia dos medicamentos. A infecção da barriga desceu para as pernas e eu já não andava mais. Fiz várias cirurgias”, contou Karita.
“Minha vida não voltou ao normal. Busco formas de amenizar o que aconteceu, porque não é só o físico, o emocional também fica abalado”, completou.
Outra vítima, que preferiu não se identificar, também foi operada por Lorena Rosique, em dezembro de 2020. Foram feitos então os procedimentos de lipoaspiração e mamoplastia sem prótese. A mulher relata que também teve infecções logo após as plásticas.
A paciente pagou pela cirurgia reparadora cerca de um ano depois, em 13 de agosto de 2021, no entanto, não teve sucesso. “Minha mama ficou uma maior que a outra. a aréola do meu peito ficou deformada com cicatrizes horríveis. Minha barriga também ficou deformada após a lipoaspiração”, explicou ela.
Fonte: Metrópoles