‘Não posso abandonar, mas não estou aguentando’: sem saída, mãe acorrenta filho usuário de drogas

Foto: Leonardo de França - Mãe não viu mais solução e acorrentou filho.

PM chegou a ser acionada para atender denúncia de cárcere na residência da família

Há cerca de 15 dias, a dona de casa Maria Célia, 49 anos, vive uma situação que nunca esperou passar na vida. Com o filho acorrentado na cama, sem condições de interná-lo em uma clínica, ela implora um olhar sensível do poder público. “Me sinto horrível como mãe. Passei nove meses com ele na barriga e não posso abandonar, mas não estou aguentando mais”, disse a mãe.

A realidade vivida hoje pela família ficou muito distante do que a mãe sonhou e planejou ao rapaz de 23 anos. “Era um menino tão bonzinho, criei com tanto carinho”. No entanto, a mãe vive um dilema, com dificuldades financeiras, agressões do filho e ainda os cuidados diários, pois ele toma remédios controlados. “Ele é esquizofrênico, diagnosticado desde os oito anos de idade, aí junta uma coisa com a outra e dá crise”, relata dona Maria

O vício do filho na cocaína, que começou aos 17 anos, não deu outra saída para a dona de casa, que há 15 dias teve que acorrentar o rapaz na cama. “Acorrentei ele por causa da droga, se deixar ele solto vai atrás”, lamentou Maria. “Ele fica agressivo, disse que ia matar a família, me agrediu varias vezes, o pai dele também”, lembra. Além disso, a mulher já perdeu muitos objetos em casa. “Ele pede dinheiro e eu não dou, ele quebra tudo, janela, máquina de lavar, telhado”.

A mãe explica que o filho já foi preso por roubo. “Eu não tenho mais coração, é melhor Deus me levar, porque desse jeito para ele, é cemitério ou cadeia”.

A família de cinco pessoas, três irmãos e o pai, moram na casa do bairro Danúbio Azul, em Campo Grande. Todos lutam para terem o que comer no dia-a-dia. O irmão, faz bico de servente de pedreiro e o pai, está juntando latinha. “Não aguento não, ele quebrou o muro que eu acabei de fazer”, conta o pai, José Carlos da Silva, 52 anos. “Recentemente pegou uma barra de ferro para me bater, eu não aguento com ele, não posso vê-lo nessa situação”, disse.

O caso foi descoberto nesta quinta-feira (23), após a Polícia Militar ser acionada para atender uma ocorrência de cárcere privado. No entanto, quando chegaram, se depararam com outra situação. A família faz um apelo ao Poder Público, que disponibilize uma clínica de tratamento para o rapaz.

Fonte: Midiamax

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