Pais e curandeiros são presos por morte de bebê em ritual

Os pais de um bebê de 9 meses e dois ‘curandeiros’ de uma aldeia na cidade de Miranda

acusados pela morte de bebê de 9 meses, em aldeia do município, em fevereiro deste ano. A criança foi usada pelos pais em ritual espirital, que envolveu diversas lesões e queimaduras com cigarros.Foram presos o casal, de 33 e 34 anos, e os dois curandeiros, de 33 e 30 anos. Todos confessaram participação no crime e serão indiciados por homicídio qualificado por emprego de meio cruel.

Segundo as investigações policiais, o bebê havia sido levado em fevereiro deste ano ao hospital já morto, com diversas queimaduras e lesões pelo corpo, todas circuladas com uma tinta vermelha e cobertas por uma espécie de pó preto e possuía um terço com cruz de maneira envolto em seu pescoço.

Ainda segundo a investigação, o bebê foi levado para o hospital pelos pais que alegaram apenas que estava com “sapinho”. A mãe tinha dito que o bebê ainda estava vivo e que apenas tinha “sapinho”. Mas, quando foi atendida na triagem hospitalar, a enfermeira já constatou que a criança estava em óbito há pelo menos 40 minutos.

O fato que causou estranheza na equipe médica, é que pais e parentes agiram com frieza, sem reação compatível com momento, levantando suspeitas de que já sabiam da morte dele. O laudo necroscópico concluiu que a criança faleceu de septicemia (infecção generalizada), provavelmente, decorrente da lesão na virilha.

A presença da tinta vermelha e do pó preto levantou suspeitas de que ela pudesse ter sido morta em espécie de ritual. O SIG (Serviço de Investigações Gerais) comandou a apuração do caso.

Em entrevistas preliminares, os pais da criança deram informações contraditórias sobre as lesões e incompatíveis sob o ponto de vista médico, chegando a relatar que os ferimentos surgiram no mesmo dia e “do nada”.

No decorrer das investigações, o casal confessou ter levado o filho para dupla de curandeiros locais. O bebê foi submetido à rituais durante quatro dias, no “santuário’, onde havia diversas imagens de entidades religiosas. Informaram que as lesões no corpo surgiram após os rituais e que a mancha de pó preto e tinta vermelha também são oriundas destes procedimentos, que duravam aproximadamente 1 hora.Um dos curandeiros informou que fizeram os rituais para promover “sua cura”, porém, a “doença” não foi informada na divulgação do caso. As queimaduras com pontas de cigarros quentes eram realizadas durante a invocação das entidades espirituais. A caneta vermelha era consagrada e usada para circular as lesões.

Segundo relato à Polícia Civil, no 4º dia de ritual, o bebê  começou a apresentar febre e inchaço abdominal, sendo levada a outra curandeira na aldeia.

Na casa dessa curandeira, o bebê foi levado a um quarto, onde teriam diversas imagens de entidades religiosas, e entoaram cânticos, invocando entidades e passando óleo com sementes prestas no corpo da criança. A mulher informo que o “santo” lhe disse que “não era mais com ele” e deveriam levar o menino ao hospital.

A prisão dos envolvidos foi feita com apoio da 1ª Delegacia de Aquidauana, sendo denominada “Operação Magia Negra”.

CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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