No período de 1º a 30 de junho, a área queimada no Pantanal chegou a 407,1 mil hectares, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). A vegetação devastada equivale a 9 campos de futebol queimado por minuto no bioma, que abrange os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Ainda conforme o Lasa, no mês de junho o bioma queimou mais de 13,5 mil hectares por dia; 565,3 hectares por hora, o que representa 9,4 hectares por minuto. Nem em 2020, quando incêndios consumiram 26% do bioma, foram registrados tantos focos de incêndio como em junho de 2024.
No vídeo abaixo, é possível ver a destruição causada pelo fogo no bioma em comparação entre as mesmas áreas em 2023 e 2024. Neste ano, a vegetação que era verde ficou cinza, devido às queimadas.
O bioma registrou o maior número de focos de incêndios para um mês de junho de toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), iniciada em 1998.
A área queimada esse ano no bioma já chegou a 763,2 mil hectares, sendo 595,5 mil hectares em Mato Grosso do Sul e 167,5 mil, em Mato Grosso. O mês de junho concentrou 53,3% dos incêndios dos últimos sete meses.
Historicamente, a temporada de fogo no Pantanal começa entre o fim de julho e o começo de agosto, momento mais seco do inverno. Entretanto, o período foi antecipado devido à longa estiagem enfrentada pelo bioma e às mudanças climáticas, segundo especialistas.
Fogo é investigado
Doze fazendeiros no Pantanal vão ser investigados pelo Ministério Público por serem proprietários de imóveis rurais de onde começaram focos de incêndios que afetaram o bioma. Segundo o órgão, as causas do fogo ainda não foram identificadas e caso seja provado que houve incêndio intencional, os proprietários podem responder por crime ambiental.
A investigação foi feita pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul em um grupo criado para apoiar nas investigações sobre incêndios ilegais no Pantanal. Os promotores atuam com a ajuda de satélites que monitoram e identificam os pontos de fogo.
Entre as fazendas identificadas, quatro delas já tinham envolvimento em incêndios no Pantanal em anos anteriores.
Fonte: G1 MS