Em 2023, Mato Grosso do Sul apresentou o maior número de mortes violentas contra a população LGBTQIAP+ do País, sendo a média de 3,26 casos registrados por milhão de habitantes. O dado faz parte do Observatório de Mortes e Violências LGBTI+, divulgado na tarde desta terça-feira (14).
O estado fica a frente de Ceará (2,73 morte por milhão) e Alagoas (2,56 morte por milhão)., duas unidades federativas que lideraram o mesmo estudo em 2022. A fonte de informações, no entanto, são notícias de jornais, portais eletrônicos e redes sociais, dada a ausência de dados governamentais a respeito.
No âmbito nacional, ao menos 230 pessoas LGBTs morreram de forma violenta nos 12 meses que compuseram o ano. Do total, 142 eram mulheres trans ou travestis; 59, gays; 13, homens trans; sete, lésbicas; e uma pessoa, não binária. Ainda houve oito ocorrências sem identidade de gênero ou orientação sexual descritas.
Um dos casos com maior repercussão foi do jovem Danilo Cezar de Jesus Santos, então com 29 anos de idade, quando foi morto por morador de rua em março do ano passado. O estudante foi encontrado morto com ferimento na cabeça no dia 8 de março do ano passado, dois dias depois do seu desaparecimento, por equipe da DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e Proteção à Pessoa). Ele era mestrando de Antropologia Social pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Na ocasião, Railson de Melo Ponte, 27 anos, conhecido como “Maranhão” confessou o crime alegando ter assassinado o estudante após tentativa de relação sexual por parte da vítima. Ele chegou a ser condenado a 18 anos de prisão por homicídio doloso (com intenção de matar), mas foi assassinato enquanto cumpria pena na Gameleira II, em Campo Grande.
Já o indígena Cleijomar Rodrigues Vasques, 16 anos, foi encontrado morto na rodovia MS-386, perto da Aldeia Limão Verde, em Amambaí, a 351 quilômetros de Campo Grande, na véspera de Natal. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima era assumidamente gay e atuava como liderança da juventude Guarani Kaiowá.
FONTE: CAMPO GRANDE NEWS