O Produto Interno Bruto (PIB) industrial – a soma de todos os bens e produtos – de Mato Grosso do Sul teve um salto de 536% nos últimos 15 anos.
Conforme dados da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems) enviados ao Correio do Estado, em 2007, o setor era avaliado em R$ 4,27 bilhões e, este ano, é estimado em R$ 27,2 bilhões.
No período, o Estado recebeu grandes players e outros expandiram sua atuação. Entre os destaques, o crescimento das indústrias de celulose e processamento de milho.
“Nesse período, o setor industrial se consolidou como um dos mais importantes vetores de crescimento e desenvolvimento para Mato Grosso do Sul. Contribuindo, por exemplo, com mais de R$ 50 bilhões em investimentos acumulados nos últimos 15 anos”, detalha o coordenador da unidade de economia da Fiems, Ezequiel Resende.
O setor industrial é responsável por 22% do PIB de Mato Grosso do Sul, ficando atrás apenas do setor de serviços e comércio, que responde por 41% de todo o PIB estadual, com R$ 38,8 bilhões.
Enquanto a indústria local aumentou sua participação no PIB estadual de 17% para 22%, a indústria nacional teve sua participação reduzida de 27% para 22%.
“Nossa indústria cresceu muito se beneficiando da agroindustrialização. Quando comparado com o restante do Brasil, tivemos um desempenho melhor. O desafio agora é de promover o maior adensamento dessas cadeias produtivas. Não pode ser diferente, porque a indústria tem um poder transformador onde ela chega e promove crescimento em todos os setores econômicos”, destaca o coordenador.
De acordo com a Fiems, os bons números são reflexo da atuação conjunta de atração de investimentos e modernização do Estado, que até metade da década de 1980 tinha uma economia ainda baseada no binômio soja e boi.
De lá para cá foi que o setor industrial começou a ganhar força, tendo seu “boom” a partir de 2007.
No segmento alimentício, os investimentos visaram, principalmente, o atendimento da crescente demanda por proteína animal, não se restringindo apenas à carne bovina, mas principalmente à ampliação da produção de carne suína, aves e peixes.
Além das indústrias processadoras de soja e milho, com fabricação de óleos, proteínas texturizadas, farelos, rações, ácidos orgânicos e químicos destinados à indústria alimentícia em geral.
Houve, ainda, a consolidação de toda a cadeia sucroenergética no Estado e a execução de obras de pavimentação, habitação e infraestrutura em geral.
Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a evolução do segmento industrial é motivo de comemoração por parte do empresariado.
“Mato Grosso do Sul tem uma situação privilegiada. As oportunidades estão aqui hoje. É um Estado que vem se desenvolvendo com níveis expressivos, os números positivos nos permitem comemorar esse desempenho”.
EMPREGO
Além do crescimento do PIB, houve um aumento exponencial na geração de empregos. Conforme dados da federação, com base nos registros do Ministério do Trabalho, o estoque de emprego formal nas indústrias do Estado cresceu 63%.
Até outubro deste ano, a indústria contava com mais de 144.500 trabalhadores formais diretamente empregados, representando um crescimento de 63%, ante os 88.451 trabalhadores formais diretamente empregados em 2007.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, lembrou que houve esforço conjunto para a atração de investimentos privados.
“Quando a gente olha esses números tão positivos, parece que o caminho foi fácil. Mas nós sabemos o quanto o governo do Estado, com a Fiems e tantos parceiros, lutou para alcançar esses resultados”.
O crescimento do emprego vem de encontro ao número de empresas industriais ativas em Mato Grosso do Sul. Em 2007, conforme o levantamento da Fiems, eram 3.361 indústrias no Estado. Neste ano, a estimativa é alcançar crescimento de 86%, chegando a 6.250 empresas industriais ativas.
Nas exportações de industrializados, o salto é de cinco vezes no período de 15 anos. Em 2007, o Estado exportou US$ 820 milhões, neste ano, até novembro, foram negociados US$ 4,68 bilhões.
“Nas exportações, em 2022, alcançaremos o maior valor já registrado em toda a história, devendo ficar muito próximo dos US$ 5 bilhões, apontando para um crescimento acumulado nos últimos 15 anos superior a 470%”, conclui Resende.