O valor está um pouco acima da média nacional, que é de R$ 6.139,07, mas bem abaixo do melhor rendimento médio líquido, que é o do policial militar do vizinho Mato Grosso, onde a renda média é de R$ 10.577,92. Esses valores são resultado da soma e divisão do salário de todas as patentes, de coronel a soldado.
Os dados foram coletados entre março e outubro do ano passado nos sites da transparência dos estados. No caso de Mato Grosso do Sul, os pesquisadores não conseguiram especificar os salários por patente, mas a pesquisa mostra que Mato Grosso paga o maior salário do país para um coronel, R$ 36 mil.
No Raio X também aparecem os dados relativos à remuneração da Polícia Civil. Embora o rendimento médio seja maior que o da PM, de R$ 9. 675,34, a colocação no ranking nacional está bem mais abaixo, aparecendo somente como o 14º colocado.
Neste caso, o primeiro lugar fica com o estado de Amazonas, onde a renda média é de R$ 16.393,92. Mato Grosso vem logo na sequência, com R$ 15,067,34. Em Mato Grosso do Sul, um delegado tem salário bruto de R$ 24.680,13, o quarto pior valor do País. Em Roraima, o salário bruto de um delegado é de R$ 36.669,44, maior do Brasil, conforme a pesquisa.
O levantamento também mostra que em Mato Grosso do Sul ocorreu significativo aumento no número de policiais civis entre 2013 e 2023, passando de 1.525 para 2.472, incremento de 62%, o segundo maior do país. Neste mesmo período, em 13 estados o número de policiais civis caiu.
No caso da PM, a quantidade de policiais na ativa terminou 2023 praticamente com o mesmo número de dez anos antes, passando de 5.225 para 5.237, o que representa incremento de 0,2%. A melhora parece ser insignificante, mas se comparada com a situação de outros estados, Mato Grosso do Sul está bem.
Em média, a quantidade de PMs no País recuou 6,8% em uma década, o que significa 30 mil policias a menos nas ruas. Em 19 estados brasileiros houve redução na quantidade PMs. No Distrito Federal, a quantidade caiu quase 32%, passando de 15,4 para 10,5 mil policiais.
Mas, mesmo que a situação do Estado esteja bem na comparação com outras unidades da federação, existe uma grande defasagem entre o previsto e o que ocorre na prática. Pela legislação em vigor, Mato Grosso do Sul deveria estar com 9.616 Policiais Militares, levando em consideração a população estimada em 2022.
Quer dizer, somente 54,5% das vagas estão ocupadas e para preencher o quadro teriam de ser contratados quase 4,4 mil policiais militares. A média nacional preenchimento das vagas é de 69,3% ocupação das vagas. Somente outros quatro estados têm efetivo menor que Mato Grosso do Sul se for levado em consideração o número previsto e o efetivamente ocupado.
Mas apesar da distância entre o previsto e o que ocorre na realidade, o número de policiais para cada grupo de mil habitantes, a realidade de MS está perto da média nacional. Aqui há 1,9 PM para cada grupo de mil moradores. Em 17 estados a proporção é melhor, ficando o primeiro lugar para o Amapá, com 4,2 PMs por grupo de 1.000 habitantes.
No caso da Polícia Civil, a proporção é melhor, de 0,7 para cada grupo de mil habitantes, sendo que a média nacional é de 0,5. No total, 19 estados têm situação pior que a de Mato Grosso do Sul e o Estado mais bem colocado é mais uma vez o Amapá, com proporção de 1,4 policiais por grupo.
Fonte: Correio do Estado