Prejuízo com fronteira fechada chega a R$ 111 milhões

Fronteira do Brasil com Bolívia, por meio de Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande, segue fechada pelo sexto dia seguido. Setlog Pantanal (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística) estima prejuízo de aproximadamente R$ 111.090.000, considerando toda a lógica relacionada ao transporte de produtos.

Segundo o presidente do sindicato, Lourival Junior, o deficit diário é de aproximadamente U$ 5 mil por veículo, o equivalente a R$ 26.240, conforme cotação atual da moeda estadunidense. Conforme Lourival, por haver centenas de caminhões parados, o prejuízo total já acumularia milhões, ao longo de quase uma semana de manifestação.

“Temos uns 600 caminhões parados. Há uma média de U$ 5 mil por dia de cada caminhão parado, colocando toda a corrente logística – exportador, transportadora, despachante, motorista autônomo, importador, aduana boliviana e até o consumidor”.

Do montante parado, 200 estão do lado de Corumbá e o restante em Puerto Quijarro. Os veículos transportam diversos produtos, como fertilizantes, ferro ou cerâmica.

Paro cívico

A mobilização acontece do lado boliviano, onde a população exige a antecipação em um ano do Censo Demográfico marcado para 2024. Puerto Quijarro fica no departamento de Santa Cruz. O último levantamento foi realizado há mais de uma década, o que impacta na distribuição de recursos e de cadeiras no Congresso.

Até agora, ao menos uma pessoa morreu durante o enfrentamento entre bolivianos contrários e favoráveis ao ato. Segundo o jornal boliviano El Deber, a vítima foi Julio Pablo Taborga, mais conhecido como “Viborita”, morador de Arroyo Concepción. Na manhã de ontem, cerca de 4 mil pessoas do comitê cívico da província Germán Busch se manifestavam.

O objetivo é que o governo de Luis Arce (MAS) antecipe o Censo Demográfico até junho de 2023. Conforme o Diário Corumbaense, o chefe da Alfândega da Receita Federal, Erivelton Moyses Torrico Alencar, 85% das exportações do Centro-Oeste brasileiro saem por Corumbá e esse fechamento impede o fluxo de mercadorias.

Esse é o terceiro “paro cívico” em protesto ao Censo. O primeiro foi em 25 de julho e o segundo no dia 8 de agosto.

Ontem, o vereador corumbaense, Allex Prado Della (Republicanos), sugeriu em sessão que a Comissão de Relações Exteriores e Direito Internacional da Câmara busque diálogo e diplomacia com autoridades do país vizinho e representantes dos manifestantes contrários e a favor do fechamento.

“Os efeitos já estão sendo sentidos do lado brasileiro. É uma questão interna da Bolívia, mas nós podemos, através do diálogo e da diplomacia, buscar uma saída para o problema de forma pacífica, para que a fronteira seja reaberta”, destacou, antes de propor reunião entre as autoridades da região.

 

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS

Notícias semelhantes