A Petrobras comunicou, na noite desta terça-feira (3/1), ter recebido o informe de que o senador Jean Paul Prates (PT-RN) será indicado para presidir a estatal. O Ministério de Minas e Energia (MME) enviou o comunicado para o Conselho de Administração da Petrobras.
A Casa Civil precisa, agora, realizar os trâmites para que a indicação ocorra. “Tão logo a documentação seja analisada e retorne ao Ministério das Minas e Energia, será encaminhada à Petrobras”, informa nota da estatal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou o nome de Prates em 30 de dezembro. Assim como o chefe do Executivo federal, o senador é um crítico da política de preços adotada pela Petrobras, que está vinculada à flutuação do valor praticado no mercado internacional.
“A indicação, após efetivada, será submetida ao processo de governança interna, observada a Política de Indicação de Membros da Alta Administração, para a análise dos requisitos legais e de gestão e integridade e posterior manifestação do Comitê de Elegibilidade”, esclarece a Petrobras. O pronunciamento ressalta, ainda, que “fatos julgados relevantes serão tempestivamente divulgados ao mercado”.
Renúncia
O atual presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, já comunicou ao conselho da Petrobras seu pedido de renúncia.
Em dezembro, a Petrobras informou que Paes de Andrade havia aceitado convite do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para compor a sua equipe. Porém, foi comunicado que ele continuaria dando exclusiva atenção à estatal.
Por enquanto, não se sabe quem vai assumir a Petrobras até que a indicação de Prates seja validada.
Trajetória
A relação de Jean Paul Prates com o mercado de óleo e gás começou na década de 1980, quando ele participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro). Nos anos 1990, Prates fundou uma consultoria na área.
O futuro presidente da Petrobras assessorou empreendimentos público-privados nas áreas de petróleo, gás, biocombustíveis e energia renovável. Ele atuou no processo de regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Lula (2003-2010).
Natural do Rio de Janeiro, o senador foi secretário estadual de Energia do Rio Grande do Norte, onde fixou residência em 2005. Em 2001, trabalhou em uma proposta para o setor apresentada ao então governador do estado, Garibaldi Alves. O projeto acabou implantado na gestão da governadora Wilma de Faria.
Jean Paul Prates é fundador do Centro de Estratégias em Energia e Recursos Naturais (Cerne), órgão que colabora com governos e empresas em estratégias de investimentos no setor. Ele ainda atuou em conselhos consultivos de diversos grupos de energia no país e foi presidente do Sindicato da Empresas do Setor Energético do Rio Grande do Norte (SEERN).
Fonte: Metrópoles