O número de pessoas que se autodeclaram pardas superou o de brancos em Mato Grosso do Sul. Desde 1991, quando foi incluído o quesito ‘cor e raça’ no censo, esse contingente não superava a população branca no Estado.
Os dados são do Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade: Resultados do universo, divulgados hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE).
Conforme os dados, a população residente em Mato Grosso do Sul é formada por 1.293.797 pessoas pardas (46,93%), 1.168.407 brancas (42,38%), 179.101 pretas (6,50%), 96.029 indígenas (3,48%) e 19.616 amarelas (0,71%).
No Censo anterior, em 2010, a população autodeclarada parda era de 43,59%, com 1.067.560 pessoas, enquanto a branca era de 47,29%, correspondendo a 1.293.797, o que demonstra que, além do aumento de pardos, houve decréscimo na população branca em 10 anos, considerando que houve um aumento de 12,58% da população total.
Houve também aumento de 89% da população indígena, de 73.295 (2,99%) em 2010 para 96.029
(3,48%) em 2022, e queda de 34,52% da população amarela, de 29.957 (1,22%) para 19.616 (0,71%).
Desde o Censo Demográfico de 1991, percebe-se mudanças na distribuição percentual por cor ou raça da população, com o aumento de declaração por cor ou raça parda, preta e indígena, decréscimo para a população branca”, explica Leonardo Athias, analista do IBGE.
Dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, a população parda é maioria em 60 deles, enquanto a branca é predominante em 16.
Em três municípios, predomina a população indígena, sendo eles Japorã (57,43%), Paranhos (42,71%) e Tacuru (38,91%).
O grupo de população preta e amareça não apresentou predominância nos municípios do Estado.
No cenário nacional, Mato Grosso do Sul encontra-se em 5º lugar em relação às pessoas autodeclaradas brancas, em 24º em relação às pessoas autodeclaradas pretas, em 3º e em relação às pessoas autodeclaradas amarelas, em 21º em relação às pessoas autodeclaradas pardas e, em 4º lugar em relação às pessoas autodeclaradas indígenas.
Em todo o Brasil, em 2022, cerca de 92,1 milhões de pessoas se declararam pardas, o equivalente a 45,3% da população do país. A população branca chegou a 88,2 milhões (ou 43,5% da população do país).
Outras 20,6 milhões se declaram pretas (10,2%), enquanto 1,7 milhões se declararam indígenas (0,8%) e 850,1 mil se declaram amarelas (0,4%).
Censo: Identificação étnico-racial da população
O Censo Demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos.
Os resultados do universo da população por identificação étnico-racial, segundo idade e sexo, do Censo Demográfico 2022 apresentam a distribuição da população residente no país segundo grupos etários e sexo, além de alguns indicadores derivados dessas informações, como a idade mediana, o índice de envelhecimento e a razão de sexo.
Dos nove recenseamentos realizados pelo IBGE, seis investigaram a cor da população, e, a partir de 1991, o quesito passou a se denominar “cor ou raça”, não só pela inclusão da investigação da população indígena, como também pela compreensão de que a classificação estabelecida nas categorias da pergunta ia muito além da cor da pele e do fenótipo, envolvendo múltiplos critérios de pertencimento identitário.
Em 1991, então, foi acrescentada a categoria indígena às outras quatro já investigadas (branca, preta, amarela e parda), mantendo-se esse escopo nos censos realizados em 2000, 2010 e 2022.
Fonte: Correio do Estado