Governador eleito de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), toma posse neste domingo (1º). Ele herda o Estado com R$ 1,5 bilhões em caixa para pagar as contas e algumas pendências, como obras ainda em andamento deixadas pelo atual governador, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Entre as pendências, estão a revitalização da malha oeste, consolidação da ponte da Rota Bioceânica, educação em tempo integral e conclusão de pavimentação de rodovias ainda em construção.
As questões que estão em andamento na atual gestão foram citadas por Azambuja em uma de suas últimas agendas. Ele pontuou que o nível de cumprimento do programa de governo foi o maior do Brasil. “Os programas que ficaram para trás, vamos dizer a consolidação da ponte da Bioceânica, que vai acontecer em 2024, a revitalização da malha oeste. Outra coisa importante que está dentro do programa”.
Ainda segundo Reinaldo, Mato Grosso do Sul tem metade da rede estadual de ensino em tempo integral. “Eduardo vai consolidar. Não vai ser 100%, mas deve chegar a 80% da rede em tempo integral. Isso muda muito a dinâmica educacional do Mato Grosso do Sul. O cumprimento daquilo que a gente prometeu foi muito positivo”, destacou.
Mudanças, mas nem tanto
A equipe de transição de Riedel anunciou os secretários ainda em dezembro e houve poucas mudanças. Alguns nomes de secretários de Reinaldo foram mantidos, como a secretária de Administração, Ana Carolina Araújo Nardes, secretário de Segurança e Justiça, Antônio Carlos Videira, secretário de Meio Ambiente, Jaime Verruck, a procuradora-geral do Estado, Ana Carolina Ali Garcia e o controlador-geral do Estado, Carlos Eduardo Girão de Arruda.
O secretário-adjunto de governo, Flávio Cesar Mendes de Oliveira, que já foi vereador de Campo Grande, assume a Secretaria de Fazenda. O ex-deputado estadual, Eduardo Rocha, sai da Segov e vai para a Casa Civil.
Novos nomes nas secretarias
A Secretaria de Educação será assumida pelo professor de Geografia, Helio Queiroz Daher. Marcelo Miranda, que era diretor-presidente da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer), assume a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania.
A Secretaria de Governo será assumida pelo ex-prefeito de Bataguassu, deputado eleito Pedro Arlei Caravina (PSDB). Já a secretaria de Saúde vai ser comandada pelo médico-cirurgião, Maurício Simões Corrêa.
Secretaria que já foi comandada por Riedel, a Infraestrutura terá Hélio Peluffo, ex-prefeito de Ponta Porã. Entretanto, a pasta de Assistência Social será comandada até março pela atual secretária, Elisa Cléia Pinheiro. Riedel fez mistério sobre quem deve assumir, mas será uma mulher, conforme adiantado.
Secretários executivos
Uma das poucas novidades no organograma do governo foi a criação das secretarias executivas. A função do secretário-executivo é técnica e terá como objetivo dar efetividade aos planos traçados pela pasta a que estiver atrelada. Nenhum nome foi anunciado ainda.
O titular e o adjunto formulam as políticas macro das secretarias, e o executivo, como diz o nome, executa, conforme foi explicado pelo vice-governador eleito, José Carlos Barbosa, o Barbosinha.
Portanto, a criação desses cargos não vai criar despesa. Os executivos estarão enquadrados nos chamados cargos de livre nomeação, ou comissionados que, segundo ele, não chegam a 3% do gasto estadual.
Aproximação do Governo Federal
Riedel também vai ter que mostrar capacidade de articulação política com o governo federal. Isso porque o tucano se aproximou o quanto pôde de Jair Bolsonaro (PL), bem como apareceu em vídeos ao lado dele. Acontece que, no fim das contas, Bolsonaro foi derrotado por Lula (PT), fato que obrigará o futuro governador a redobrar os esforços para estabelecer laços com essa nova composição do executivo nacional.
Um dia após o resultado do segundo turno, porém, Eduardo Riedel comentou, em fala protocolar, que vai tentar uma aproximação com Lula para melhorar a governabilidade.
Embate na Alems com o PT
Depois de anunciar o restante dos nomes do secretariado, o deputado eleito, ex-governador Zeca do PT, criticou duramente Riedel, o chamando de sangue azul, arrogante e típico da elite do estado.
Em entrevista ao Campo Grande News, Zeca afirmou que se não fosse o PT, o tucano não teria vencido o adversário Renan Contar (PRTB) no segundo turno da eleição. Ele queria que o PT assumisse uma pasta. O governador eleito disse que o partido desse assumir subsecretarias, o que não agradou Zeca.
Assim, Zeca falou ainda que será o mais “duro possível na fiscalização de todos os atos do Riedel”.
Mesa Diretora
Riedel ainda deve reunir os deputados eleitos do PSDB – foram seis, maior bancada da Casa Legislativa – para definir quem será o candidato à primeira secretaria, já que tem dois tucanos querendo a cadeira: o atual presidente Paulo Corrêa e Jamilson Name.
Enquanto há indefinição pela primeira secretaria, tudo indica que a presidência da Casa de Leis ficará com Gerson Claro (PP) que tem apoio da maioria e da senadora eleita, Tereza Cristina (PP), aliada de Riedel.
Com Claro na presidência, o PSDB fica sem o comando da Casa Legislativa, após dois biênios sendo comandada por Corrêa. Reinaldo Azambuja teve como presidente por dois anos, o então deputado Junior Mochi (MDB), que saiu em 2018 para disputar o governo estadual e foi reeleito deputado este ano.
FONTE: CAMPO GRANDE NEWS