Valor da saca está cotada em R$ 36 e produtores já fazem a comercialização antecipada com mercado aquecido
Com cerca de 41,8% da safra vendida, o milho safrinha que ainda não foi colhido conta com clima favorável para o desenvolvimento da lavoura. Esse é o principal destaque do boletim nº 361 divulgado nesta semana pelos técnicos do Projeto SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), em parceria com entidades de produtores rurais (Famasul e Aprosoja).
“O que mais nos chama atenção neste último boletim é o clima. Tivemos chuvas expressivas nos últimos dias, principalmente no centro-sul do Estado, que foi prejudicado com a estiagem logo após o plantio. O desenvolvimento do milho estava prejudicado, mas esse boletim nos mostra que houve uma recuperação expressiva, mas ainda não suficiente para atingir os níveis de normalidade”, destaca o presidente da Aprosoja, André Dobashi.
Neste ano, mesmo com previsão de produzir menos milho na segunda safra 2019/2020, em relação ao ciclo anterior, os preços prometem bons ganhos para os produtores. A estimativa de produção é de 8,21 milhões de toneladas, 32,5% menor que a safra 2018/2019.
Segundo ele vários fatores foram analisados para se chegar a essa conclusão. “As equipes de campo da Aprosoja/MS identificaram que houve opção por outras culturas, como milheto, sorgo, trigo e pastagem como uma cobertura para segunda safra. Além disso, os indicativos de que haveria uma possibilidade de geada em final de junho, em conjunto com o atraso na colheita da soja, levaram a uma falta de estímulo ao plantio do milho na segunda safra d o Estado, o que levou a uma redução da área estimada para 1.9 milhão de hectares, ao invés dos 1.977 milhão anteriormente divulgados”.
Dobashi explicou que o grosso da colheita será no final de junho. “Alguns produtores anteciparam por causa do plantio adiantado, mas é muito pontual . A maioria das lavouras ainda está em fase de maturação e enchimento de grãos”, salientou.
Preços atrativos – Com relação aos preços, o presidente da Aprosoja lembra que Mato Grosso do Sul teve, uma majoração positiva na saca do milho que varia de R$ 35 a R$ 37. “É importante destacar que o preço praticado somente está nesses patamares pela baixa dos estoques físicos do produto no mercado, dada a elevada exportação no ano de 2019, que chegou a 400%”, enfatizou Dobashi.
A alta na exportação acaba valorizando o produto e mantém o agronegócio como mola propulsora da economia mesmo na pandemia. “A colheita da segunda safra tem preços muito bons. A a alta na exportação deve se manter, valorizando a produção”, finalizou.
De acordo com a Aprosoja/MS é esperada uma queda natural no preço do milho disponível – aquele negociado e entregue no mesmo ato – nos próximos meses, por conta da entrada da safra de milho 2019/2020.
Antecipado – O secretário Jaime Verruck, da Semagro, destacou os dados de precificação da safra do milho apresentados no boletim. “A comercialização da safra de 2018/2019 ficou na casa dos R$ 36 a saca e já temos 41,87% da safra de 2020 já comercializada, um avanço de 7 pontos percentuais em relação ao índice apresentado na safrinha do ano passado”.
A estimativa da safra 2019/2020, no entanto, continua inferior ao registrado na safra anterior devido à redução na área plantada e problemas com escassez de chuvas entre os meses de março a maio. O boletim mantém a estimativa divulgada anteriormente, de que a área será menor que a inicial, saindo de 1,977 milhão para 1,900 milhão de hectares. Assim, considerando a área da safra 2018/2019 de 2,173 milhões de hectares, houve uma redução de 12,57% da área plantada. A produtividade média estimada para o estado é de 72 sc/ha, o que confere uma expectativa de produção de 8,208 milhões de toneladas.
O boletim ainda destaca como fator determinante para a redução de área do milho 2ª safra foi, sobretudo, “a redução da janela ideal para semeadura da cultura, em função do atraso do plantio da soja na safra anterior e o risco climático indicado em janeiro de 2020, levando produtores a optar pelo plantio de outras culturas de inverno, especialmente milheto, sorgo, feijão, pasto, trigo e aveia. Esse comportamento mostrou que os produtores estão preocupados com o manejo de pragas e doenças. A adoção de outras culturas faz com que haja quebra de ciclo de várias doenças e insetos pragas, podendo assim melhorar o manejo cultural para próxima safra de soja.”
Fonte: CGNews