Superlotada e sem previsão de quando as coisas devem melhorar, a Santa Casa de Campo Grande aponta para um cenário crítico e, segundo o diretor-técnico, Willian Lemos, é preciso uma análise da complexidade dos pacientes, fator que tem impactado mais a situação do que o próprio volume de entrada de novos casos.
“Pelo menos aqui na Santa Casa, o perfil de pacientes que tem chegado de maior volume, nos impactando bastante, são pacientes críticos, especialmente os cardiológicos e pediátricos”, esclarece o diretor-técnico, em entrevista.
Dos setores da unidade, ele ressalta que a superlotação é grande na área vermelha, responsável pelos atendimentos críticos, com pacientes entubados, em hemodiálise e em estabilização clínica.
“Nós temos 6 leitos de atendimento de emergência, não é nem de internação, mas acabamos de admitir o nosso 26º paciente lá dentro. Na nossa área verde nós temos uma capacidade para sete atendimentos, mas, no momento, nós estamos com 46 pacientes”, revela.
“Nestes últimos dias nós temos, infelizmente, em algumas oportunidades – tanto em pacientes pediátricos quanto adultos -, usado o ventilador Ambu, que é um balão manual que ventila o paciente, porque não tinha nem mais respirador, dado o tamanho da superlotação”, revela.
Segundo o diretor-técnico, devido à interdição de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Capital, o impacto na Santa Casa tem sido maior, uma vez que, conforme Lemos, a unidade acaba “abraçando” o fluxo de pacientes de Campo Grande e do interior, e acaba não dando conta da demanda.
“Também percebemos que a quantidade de leitos críticas (UTI), é menor que a capacidade e, especialmente no interior, é muito deficitária no interior, e recebemos um grande número de pacientes de lá, que já são mais graves. Eu não consigo dar o volume de giro que é necessário e os pacientes não param de chegar”, finaliza ele.
Fonte: Agência Brasil