Localizado em território fértil, Mato Grosso do Sul sempre é destaque pelo potencial do agronegócio. Para alavancar ainda mais o setor, que é essencial para o desenvolvimento do país, o 1º dia de Congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo Agrícolas e Veterinários (Andav), reuniu especialistas para discutir sobre segurança alimentar, distribuição de insumos e o fortalecimento dos trabalhos no campo.
Um levantamento da Resenha Regional do Banco do Brasil, que avaliou o desempenho econômico dos estados brasileiros no ano passado, mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Mato Grosso do Sul teve o maior crescimento do país, com taxa de 32%.
O evento tem como tema central “Agroeconomia Brasileira em Primeiro Lugar: Como assegurar o nosso propósito de alimentar o mundo”, e reúne liderança do agro brasileiro durante três dias. Entre as autoridades presentes nesta terça-feira (6), a senadora Tereza Cristina (PP) apontou que Mato Grosso do Sul está “inteiramente inserido na agroeconomia”.
“Mato Grosso do Sul hoje está voando. Nós somos protagonistas de muitas coisas. Somos destaque na área de celulose, que começou lá atrás, com as florestas plantadas. Hoje se fala em recuperação de passagem e estamos fazendo isso há muitos anos. Acho que o estado está inteiramente inserido nessa agroeconomia que tem trazido suinocultura, avicultura, outras cadeias para o mercado sul-mato-grossense”.
Segurança alimentar
Na abertura do Congresso, o engenheiro agrônomo, ex-ministro da Agricultura e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, defendeu a necessidade urgente de uma estratégia integrada no Brasil para que o país se consolide como guardião mundial da segurança alimentar e energética.
O especialista alertou que o agronegócio brasileiro precisa expandir 40% nos próximos 10 anos, para suportar o crescimento mundial na demanda de alimentos projetada pela Organização Mundial para Alimentação e a Agricultura (FAO). Em sua apresentação, ele ressaltou a importância de uma abordagem abrangente que inclua diversas frentes.
Conforme o último levantamento da PNAD Contínua Segurança Alimentar, divulgado em abril deste ano, um em cada quatro domicílios brasileiros apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2023, o que significa que os moradores não sabiam se teriam comida suficiente ou adequada na mesa.
“Isso afeta todos nós e o mundo inteiro. É preciso enfrentar esses problemas, pois estão acabando com a democracia e a paz universal. Sem comida não há paz e mais de um bilhão de pessoas passam fome no mundo. Esse desafio já está consolidado, o Brasil pode ser responsável por acabar com todas essas questões”.
Segundo o ex-ministro, este desafio foi posto naturalmente ao Brasil exatamente pelo fato de que o modelo de agricultura tropical desenvolvido em nosso país é o único capaz de elevar a produção, por meio de ganhos de rendimento e em acordo com a proteção ambiental e as mudanças climáticas. “Outras regiões agrícolas tropicais do mundo – África subsaariana e sudoeste asiático – também podem contribuir, mas o Brasil é o protagonista”.
Rodrigues apontou quatro problemas que assombram o mundo e precisa ter atenção de toda sociedade, sendo eles: segurança alimentar, segurança energética, mudanças climáticas e desigualdade social.
O ex-ministro destacou a importância da integração entre o meio rural e o meio urbano. “A vida depende da agricultura. A cidade depende da cidade pra se viver, se vestir, comer. O urbano e rural são irmãos. Eles não vivem um sem o outro. Esse conceito ainda não aconteceu. Não há nada que não esteja ligado à agricultura”.
Distribuição de insumos
O setor de insumos abrange tudo o que o agronegócio precisa para a produção, desde mão de obra a sementes, máquinas, adubos e agroquímicos.
O presidente executivo da Andav, Paulo Tibúrcio, destaca que os distribuidores de insumo sempre estiveram na vanguarda para enfrentar as adversidades e promover o desenvolvimento no campo.
“Esse compromisso com os produtores rurais brasileiros têm ajudado a posicionar nosso país como líder do agro no mundo” destacou.
Ainda segundo Tibúrcio, a distribuição de insumos agropecuários no Brasil, por essência, é movida por inovação, impulsionada por tecnologias avançadas para atender às demandas crescentes por eficiência, sustentabilidade e produtividade no campo.
Fortalecimento do agronegócio
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP), ministrou uma palestra para falar sobre o trabalho realizado no Congresso pela defesa e fortalecimento do setor. Atualmente a bancada conta com 50 membros no Senado Federal, enquanto na Câmara dos Deputados são 304 deputados, que totalizam 354 parlamentares.
“Nós [Brasil] somos os maiores produtores do mundo. Outros países têm medo da potência que podemos nos tornar. É fato que os produtores são resilientes, competentes e isso às vezes assusta”.
Fonte: Agência Brasil