Traficantes do Comando Vermelho que já passaram por MS serão transferidos para presídios federais

Dois traficantes integrantes da cúpula do Comando Vermelho que serão transferidos para presídios federais, em meio à megaoperação policial no Rio de Janeiro, já passaram por Mato Grosso do Sul. São eles: Alexander de Jesus Carlos, vulgo “Choque/Coroa”, e Eliezer Miranda Joaquim, vulgo “Criam”. A operação foi deflagrada nesta terça-feira (28) e teve 119 mortes.

Na noite de terça-feira (28), o Governo do Rio de Janeiro pediu 10 novas vagas nas penitenciárias federais para a transferência de presos de alta periculosidade. Os 10 detentos são integrantes da cúpula do CV, que estavam encarcerados em Bangu 3 e foram transferidos para a Bangu 1, presídio de segurança máxima do estado carioca.

Marco Antonio Pereira Firmino, o “My Thor”, considerado um dos principais líderes da facção, está entre os detentos transferidos. Além dele, integram a lista: Wagner Teixeira Carlos (Waguinho de Cabo Frio); Rian Maurício Tavares Mota (Da Marinha); Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha); Arnaldo da Silva Dias (Naldinho); Alexander de Jesus Carlos (Choque/Coroa); Leonardo Farinazzo Pampuri (Léo Barrão); Fabrício de Melo de Jesus (Bichinho); Carlos Vinícius Lirio da Silva (Cabeça do Sabão); e Eliezer Miranda Joaquim (Criam), segundo o G1.

Entre os traficantes transferidos, está Alexander de Jesus Carlos, vulgo “Choque/Coroa”, que esteve em presídio sul-mato-grossense em 2012. Ele estava envolvido em um plano de fuga de Luiz Fernando da Costa, conhecido como “Fernandinho Beira-Mar”, encarcerado no Presídio Federal de Campo Grande. Em 2016, dois ex-agentes penitenciários federais foram denunciados pelo MPF/MS (Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul).

O Choque também estava envolvido em um plano para matar o deputado federal Fernando Francischini em 2012. Na época, o deputado foi autor de um projeto que aumenta o rigor para presos ligados a facções criminosas. O plano de assassinato foi descoberto durante investigações feitas pela PF (Polícia Federal).

Além dele, Eliezer Miranda Joaquim, o “Criam”, possui histórico em Mato Grosso do Sul. O traficante integrou a lista de 15 detentos que foram transferidos para penitenciárias federais fora do Estado, entre elas, a de Campo Grande, em 2016.

“Criam” e outros 14 criminosos teriam comandado o resgate de Nicolas Labre Pereira de Jesus, o “Fat Family”, em um hospital durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Na época, gravações de áudio recebidas na prisão revelaram uma comemoração pelo resgate do traficante.

Diante disso, a Justiça evidenciou a necessidade de desarticular imediatamente a quadrilha e o monitoramento constante. Assim, Eliezer e outros 14 presos foram transferidos do Complexo Penitenciário de Gerincinó, em Bangu, para presídios federais de Catanduvas, Campo Grande e Rondônia.

Megaoperação com mais de 100 mortos

A megaoperação policial contra o CV foi deflagrada nesta terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e já é considerada a mais letal da história do Estado.

Cerca de 50 corpos foram retirados de uma área de mata da Penha por moradores e reunidos na Praça São Lucas, no centro da comunidade. A última contagem divulgada era de 60 criminosos e quatro policiais civis e militares mortos. Já nesta quarta-feira (29) são 132 mortes, conforme a Defensoria Pública do RJ.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse em coletiva de imprensa, nesta manhã, que as únicas vítimas da megaoperação são os policiais mortos. “Aquelas foram as verdadeiras quatro vítimas. De vítimas, ontem, só tivemos os quatro policiais”, disse Castro.

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