A equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva deu início às negociações, na quinta-feira (3/11), em Brasília, para cumprir promessas feitas durante a campanha eleitoral. Após receber a sinalização de que precisará conseguir espaço no Orçamento de 2023 para os gastos que pretende fazer, a equipe liderada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), corre contra o tempo a fim de costurar os acordos necessários.
A ordem é trabalhar para manter o Auxílio Brasil (que pode voltar a se chamar Bolsa Família) em R$ 600, reajustar o salário mínimo além da inflação e isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 por mês. Além de Alckmin, integram a equipe que chefia a transição a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Aloizio Mercadante.
A quinta-feira foi marcada por reuniões do grupo com integrantes do governo Bolsonaro e outras autoridades federais. Um dos encontros contou com a presença do relator-geral do Orçamento de 2023, Marcelo Castro (MDB-PI). O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) foi designado por Lula para cuidar do assunto. Além de tratar dos três pontos principais listados acima, foram discutidos a recomposição do Farmácia Popular, o pagamento do piso salarial para enfermeiros e a adequação da merenda escolar.
Um acordo selado já na quinta-feira diz respeito à criação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição – o intuito é viabilizar o pagamento de todos os gastos considerados urgentes para janeiro de 2023. O valor, no entanto, ainda não foi calculado, mas há estimativa de remanejamento de cerca de R$ 200 bilhões na peça orçamentária.
Um outro desafio que ronda a equipe é o tempo, uma vez que só faltam 40 dias para terminar o ano legislativo. Para que a PEC seja aprovada, ela precisa ser apresentada em uma das Casas – Câmara ou Senado – e colocada em votação em dois turnos. O Orçamento deve ser votado no Congresso até 16 de dezembro.
Fonte: Metrópoles