Vereador Valter Brandão cobra ações efetivas do município voltadas à comunidade negra

Durante a sessão legislativa da última segunda-feira (04), o vereador Valter Brandão levou à tribuna uma das falas mais marcantes do mês da Consciência Negra em São Gabriel do Oeste. Em um discurso intenso e carregado de emoção, o parlamentar questionou o que o município tem feito pela comunidade negra e chamou a atenção da Prefeitura e da população para a falta de políticas públicas efetivas de inclusão e igualdade racial.

“Novembro é um espelho. Nele eu vejo a história do meu povo, a força que construiu este país e o silêncio que por muito tempo tentou nos calar”, afirmou o vereador. Brandão destacou que a consciência negra deve ir além das postagens de conscientização nas redes sociais, sendo traduzida em ações concretas do poder público. “Consciência negra é ação. É olhar para os números e para as ruas. É reconhecer que a desigualdade ainda corta a nossa cidade”, declarou.

O parlamentar questionou ainda quais políticas públicas estão sendo construídas para garantir igualdade de oportunidades à população negra de São Gabriel do Oeste, e tratou da ausência de projetos municipais que tratem da inclusão racial de forma contínua, para além das datas simbólicas.

“Será que fica voltado apenas pro momento de novembro? Quando eu tenho que chegar lá na prefeitura e cobrar o que vai acontecer? Ou será que eles estão pensando em outros projetos, estão querendo incluir as pessoas que precisam dessa inclusão”, disse.

Em sua fala, o vereador reforçou que igualdade não se resume a discursos ou homenagens, mas precisa ser transformada em compromisso institucional. “Igualdade não é discurso. Igualdade é política pública, é orçamento, é vaga, é bolsa, é porta aberta. Que este mês não seja só memória. Que seja compromisso”, afirmou.

Conhecido por defender pautas ligadas à cultura, diversidade e inclusão, Brandão encerrou sua manifestação com uma das frases mais emblemáticas do fotógrafo e ativista Januário Garcia, reafirmando o protagonismo negro na formação do país: “Existe uma história do negro sem o Brasil. O que não existe é uma história do Brasil sem o negro.”

Com o discurso, o vereador recoloca no centro do debate a necessidade de políticas públicas contínuas que combatam as desigualdades raciais e promovam oportunidades reais à população negra. Para ele, o mês da Consciência Negra deve servir não apenas como lembrança histórica, mas como um chamado à responsabilidade e à transformação social.

Notícias semelhantes