Vôlei de Praia: Livre de câncer, Fabíola volta às areias: “Quero impactar vidas”

Foto: Arquivo Pessoal - Fabíola Constâncio no início do tratamento (à esq) e atualmente

Menos de um ano após encerrar quimioterapia, brasiliense retorna ao esporte para jogar o Challenger Brasileiro. Ela ainda toma medicação e faz controle para evitar volta da doença

O próximo dia 3 de julho marca a retomada de uma carreira. Mais do que isso, a data da abertura da terceira etapa do Challenger Brasileiro de Vôlei de Praia, no Rio, será a volta de Fabíola Constâncio à sua vida de antes.

Afastada das competições desde outubro de 2018, a brasiliense de 37 anos travou uma intensa batalha contra o câncer de mama de 2019 ao segundo semestre de 2020. No período, foram 16 sessões de quimioterapia, a última delas em setembro, além de uma cirurgia no seio para retirar o tumor.

Passada a fase mais difícil, Fabíola já se vê em condições de voltar ao esporte. Livre do câncer, ela ainda realiza o controle para evitar a volta da doença, o que inclui a realização de exames periódicos e o uso de remédios para equilibrar as taxas hormonais. Feliz com a recuperação, a brasilense quer usar o seu exemplo para encorajar outras pessoas a superarem seus problemas.

– Eu resolvi voltar porque quero impactar vidas, mostrar que é possível ter seus sonhos resgatados após um momento muito difícil. Quero ser referência de esperança pra pessoas que estão passando pela doença. Existem muitas pessoas que passam por alguma situação ruim e não acreditam na volta por cima. Além disso, quero ser uma figura representativa para chamar atenção para o câncer de mama que é uma doença que mata muitas mulheres no Brasil – disse Fabíola.

Ao decidir voltar ao vôlei de praia, Fabíola trocou Brasília pelo Rio para atuar ao lado da carioca Natasha Valente, sua amiga de longa data e ex-parceira nas areias. Treinando diariamente em Ipanema, a dupla quer usar o Challenger como trampolim para competições maiores como o Open Brasileiro, no segundo semestre.

Fabíola e Natasha em treino no Rio: dupla reestreia no dia 3 de julho — Foto: Arquivo pessoal

A ideia de Fabíola é atuar por pelo menos uma temporada com a possibilidade de jogar também em 2022 caso ela tenha condições físicas. Segundo a jogadora, desde que voltou a treinar, ela tem se sentido tão bem quanto estava antes das primeiras manifestações da doença em 2018.

– Na minha cabeça, quero ao menos jogar uma temporada em alto nível. Espero q consiga! Duas temporadas seria um sonho. Essa etapa do Challenger vai me dar várias respostas. Preciso saber como meu corpo vai responder. Quero que as coisas aconteçam naturalmente. Me sinto mais forte, melhor preparada para encarar novos desafios, mais espiritualizada, mais humana, mais paciente. Irônico falar, mas sinto gratidão, porque passar por uma doença dessa no final acaba sendo transformador – destacou.

Paralelamente ao vôlei de praia, Fabíola segue com as suas atividades empresariais, que incluem sua marca de moda praia, sua marca de acessórios estilo praia, além do Fabíola Consciente, movimento de apoio à luta contra o câncer de mama.

Atleta está sem jogar desde outubro de 2018 — Foto: Divulgação/FAB

Sobre a sua volta ao esporte, ela prefere não fazer previsões quanto ao desempenho técnico. O que Fabíola quer mesmo no momento é voltar a fazer uma das coisas que mais gosta, passando sua mensagem de superação à sociedade.

– Para ser completamente sincera, não faço a menor ideia de como vai ser esse meu retorno. Não quero fazer tantos planos porque, pela minha própria experiência, entendi que não temos controle sobre algumas coisas. Reestrear ao lado da Natasha, para mim, é um mimo de Deus. Ele não poderia ter escolhido parceira melhor nesse momento para me presentear nesse retorno as quadras. Impossível não me sentir uma campeã da vida. Acho que a maneira com que encarei tudo foi digna de guerreira mesmo – finalizou.

 

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