Atlas de Obesidade Infantil, publicado pela World Obesity Federation, alerta para o problema de saúde pública no país. Em Mato Grosso do Sul, 12,3% das crianças entre 5 e 9 anos estão com obesidade.
Com relação aos grupos de crianças mais novas esse número diminui. Os dados mostram que 6% das crianças de 2 e 4 anos estão com obesidade, enquanto 6,3% das menores de 2 anos apresentam obesidade.
Já os dados sobre excesso de peso mostram que 16,1% das crianças com menos de 2 anos são atingidas pelo problema, bem como 14,8% das crianças entre 2 e 4 anos, e 30,1% das que estão entre 5 e 9 anos.
Os órgãos de saúde alertam que crianças com obesidade são mais propensas a desenvolver problemas de saúde que podem evoluir para vida adulta.
Estima-se o aumento da possibilidade de doenças cardiovasculares, hipertensão e distúrbios metabólicos.
Segundo o mesmo estudo, prevê-se que 23,12% das crianças de 5 a 9 anos e 18,60% dos adolescentes de 10 a 19 anos serão afetados pela obesidade até 2030.
Estima-se que seja registrado um total de 44 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos em todas as Américas.
A médica endocrinologista, Drª. Lorena Lima Amato, especialista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), alerta para outros problemas graves causados pela obesidade infantil.
“A obesidade infantil também tem consequências para a saúde mental que levam a níveis mais baixos de autoestima e maior probabilidade de sofrer bullying”, disse.
Segundo a especialista, há fatores genéticos responsáveis por 70% das causas da obesidade, além do estilo de vida da criança, como sedentarismo e má alimentação.
“É preciso oferecer frutas, folhas verdes e legumes. É uma troca, nem sempre muito bem-vista pela criança, mas que aos poucos faz toda a diferença na qualidade de vida”, destacou.
Sobretudo, ela frisa a importância do envolvimento da família no papel de dar o exemplo, comprometendo-se a também adotar uma alimentação equilibrada.
Brasil
Dados nacionais do Ministério da Saúde mostram que 3 a cada 10 crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso no país.
Além disso, segundo o Atlas Mundial da Obesidade, até 2030, o Brasil terá mais de 7 milhões de crianças com obesidade.
Os dados do Atlas e da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil estará na 5º posição no ranking de países com o maior número de crianças e adolescentes com obesidade em 2030.
Os órgão alertam que, se nada for feito, a chance de reverter o problema será apenas de 2%.
Dicas
A Dra. Lorena Amato destacou alguma dicas para combater a obesidade na infância:
- Criança precisa de rotina, inclusive na hora de comer. Horários estabelecidos para as refeições, que ajudam a diminuir a chance de escapar e comer aquele salgadinho
- Até para beber água é importante ter uma rotina, fique atento a isso. A água pode inibir a vontade de comer. Não beber água, pelo menos, 30 minutos antes das refeições.
- Outra estratégia é não comer doces e salgadinhos direto do pacote, coloque em um pote uma quantidade determinada para que não haja exagero!
- Comer um alimento de desejo de vez em quando não é o problema, desde que isso não se torne rotina.
- Deixar frutas à disposição e ao alcance da criança é uma ótima dica para incentivar a alimentação saudável.
Adultos
Segundo o Atlas da Obesidade 2022, publicado pela World Obesity Federation, a estimativa é de que um bilhão de pessoas em todo o mundo – incluindo 1 em cada 5 mulheres e 1 em cada 7 homens – viverão com obesidade até 2030.
Fonte: Correio do Estado