Pesquisador recomenda 1 ponto de coleta a cada 10 hectares nas técnicas de MIP
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) iniciou a distribuição de pano de batida aos agricultores, com a finalidade de instruir e equipá-los para o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Uma ficha de monitoramento também ajudará a identificar e quantificar as pragas durante o desenvolvimento da safra de soja 2020/2021.
Além da distribuição do material a Associação reuniu centenas de agricultores por meio de uma live, quando apresentou a relevância do tema e o impacto na produção.
“O intuito do manejo integrado de pragas não é diminuir o uso de defensivos, mas racionalizar o uso, tendo a redução do custo como benefício indireto. É necessário que não façamos o monitoramento errado, que tenhamos um pano de batida nas dimensões corretas e possamos nos atentar aos detalhes das amostragens e periodicidades para um acompanhamento efetivo”
“Se o produtor garantir um monitoramento semanal, pode resolver bem. Se estou com infestação, próxima de chegar em um nível de controle e sei que dá para esperar, pois estou monitorando e sei o que está acontecendo com minha lavoura, posso encurtar o monitoramento, a cada dois ou três dias, na medida em se aproxima do nível de controle, posso encurtar essa frequência, para ter certeza de que o cenário está mudando. A ponto de preservar inimigos naturais. Tudo depende do cenário” recomenda Rafael Pitta, pesquisador da Embrapa durante a live.
Segundo Pitta é recomendado, para quem trabalha com talhões de 100 hectares, um ponto de amostragem a cada 10 hectares. O que ele considera uma amostragem bem significativa. Ele ainda indica os melhores horários para monitoramento, sinalizando que os horários mais quentes são os de maior dificuldade. O pesquisador sugere a preferência por horários mais frescos da manhã.
Para o pesquisador da Famiva, Fernando Jurca Grigoli, a questão de amostragem é fundamental. “Se o produtor vai fazer uma aplicação em função da manifestação de pragas na área, isso do ponto de vista dele é uma informação muito valiosa […] Se estamos dentro da propriedade, acompanhando o processo e sabemos que daqui a quatro ou cinco dias terá uma aplicação de fungicida ou herbicida, obviamente que o monitoramento consegue se ajustar e levantar essa informação a tempo do agricultor inserir o método de controle, se for necessário naquela aplicação”, explica o pesquisador.
“Além disso, quando se tem a informação de qual é e quanto se tem de praga, é possível ter base para colocar o produto mais adequado, na dose efetiva, garantindo um nível de controle satisfatório”, completa Grigoli.
O superintendente da Semagro, Rogério Tomitão Beretta, durante a live realizada pela Aprosoja/MS, destacou as ações do Governo do Estado e a necessidade do monitoramento para o sucesso da safra. “O manejo de praga vem de forma extraordinária, se enquadrar naquilo que é o Ateg do Governo de MS, que busca apoiar o desenvolvimento das cadeias, produtivas, muito baseado na sustentabilidade. Nesse aspecto, quando começamos a discutir o que poderíamos fazer, para trazer a sustentabilidade, chegamos ao Plano de Fomento ao Manejo Integrado de Pragas, que também estimulou o alinhamento institucional entre governo, sociedade científica e produtores”.
A Aprosoja/MS alinhou as ações de MIP com os líderes do Sistema Famasul, Mauricio Saito; da Ampasul, Walter Schlatter e o presidente da Iagro, Daniel Ingold. Todos receberam a ficha de monitoramento de pragas e o pano de batida, que integram o Plano para Difusão do MIP, lançado em setembro de 2019.
A live realizada pela Aprosoja/MS e o Canal Rural, tem parceria com a Sementes Jotabasso, Bayer e Semagro, com recursos do Fundems.
Fonte: Canal Rural/Diego Silva/Agro Agência