A campanha nacional de vacinação contra a Dengue tem previsão de início em fevereiro. No entanto, no último sábado (20) – após a chegada de 750 mil doses – o Ministério da Saúde anunciou que, inicialmente, apenas cidades com mais de 100 mil habitantes receberão as doses, deixando de fora 76 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
No estado, três cidades têm uma população superior a 100 mil habitantes: a Capital, Campo Grande, com 897.938 pessoas; Dourados, com 243.368; e Três Lagoas, que concentra 132.152 habitantes. Considerando que Dourados foi a pioneira no Brasil a realizar vacinação em massa contra a dengue, somente Campo Grande e Três Lagoas serão contempladas com a primeira remessa das vacinas.
Questionada sobre o número de doses destinadas a Campo Grande, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) esclareceu que aguarda a nota técnica do Ministério da Saúde, que deve informar a quantidade de doses e qual será o esquema a ser adotado para a utilização do imunizante nos municípios.
“Por enquanto a Sesau aguarda essa publicação para saber quando, e o total de doses a serem entregues ao município”, informou.
Dourados foi pioneira na vacinação contra a dengue no país
A cidade de Dourados, a 229 km de Campo Grande, iniciou em 3 de janeiro, a vacinação em massa contra a dengue. Em ação inédita no país, a expectativa é imunizar aproximadamente 150 mil pessoas entre 4 e 59 anos.
No primeiro dia da vacinação, Dourados registrou 537 doses aplicadas. Dados do último balanço divulgado pela prefeitura da cidade mostram que até o momento, 5.964 pessoas foram vacinadas com a primeira dose. Dourados foi escolhida para iniciar a campanha devido à alta incidência de casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti no município.
Brasil recebe remessa de 750 mil doses
A primeira remessa com 750 mil doses da vacina contra a dengue, disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), chegou ao Brasil no sábado (20) e deve ser repassada aos municípios ainda nesta semana. Conforme o Ministério da Saúde, uma segunda remessa, contendo 570 mil doses, está prevista para fevereiro. Embora os detalhes da lista de municípios e estratégias de vacinação ainda não tenham sido divulgados, a expectativa é que as primeiras doses sejam aplicadas no próximo mês.
Os imunizantes integram um lote de 1,32 milhão de doses fornecido pela farmacêutica Takeda ao Ministério da Saúde. Além disso, o MS anunciou a aquisição de mais 5,2 milhões de doses, totalizando 6,52 milhões para o ano de 2024, com entregas programadas até novembro.
Os critérios de distribuição das doses foram estabelecidos pelo Ministério da Saúde em colaboração com o Conass, Conasems e representantes das secretarias de Saúde estaduais e municipais. A princípio, as vacinas serão enviadas para municípios de grande porte que apresentaram alta transmissão de dengue nos últimos dez anos, priorizando localidades com população igual ou superior a 100 mil habitantes.
Em 2024, o público-alvo será composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que registra o maior número de hospitalizações por dengue. Vale ressaltar que a vacina não foi liberada para idosos. O Brasil é pioneiro em oferecer a vacina no sistema público, e a decisão de incorporá-la ao calendário do SUS foi tomada em dezembro de 2023.
Imunizante apresentou 80% de eficácia
O ciclo completo de imunização é atingido com as duas doses e a Qdenga, apresentou nos ensaios clínicos, ter eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Segundo o laboratório Takeda, a vacina garante imunização contra a dengue por até cinco anos.
A vacinação em massa é desenvolvida pela Sems (Secretaria Municipal de Saúde), em parceria com o laboratório japonês Takeda, que desenvolveu a vacina Qdenga. O imunizante já está disponível na rede privada de saúde, e que tem imunidade completa em duas doses, sendo que a segunda deve ser aplicada após três meses da primeira.
Fonte: Jornal Midiamax