Justiça restringe contato dos filhos de investigado por morte de esposa que teve 90% do corpo queimado em MS

Foto: Pamela morreu aos 27 anos. — Foto: Arquivo Pessoal

O Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul deferiu, nessa segunda-feira (29), uma medida protetiva que afasta os filhos do marido de Pâmela de Oliveira da Silva, de 27 anos, que morreu após dar entrada na Santa Casa de Campo Grande com 90% do corpo queimado. A Polícia Civil de Rochedo (MS) investiga se o companheiro da vítima tem algum envolvimento na morte.

Segundo a decisão judicial, o investigado deve manter uma distância de, pelo menos, 300 metros de distância dos filhos, de 10 e 6 anos, e não pode manter qualquer comunicação com as crianças. Ainda conforme o documento, o descumprimento da medida por ocasionar em uma prisão preventiva.

Conforme explicado pela juíza Jaqueline Machado, a restrição de visitas e comunicação serão válidas por 180 dias, até que o juiz competente possa analisar a ocorrência de maus tratos e se o investigado apresenta risco aos filhos.

O que diz o investigado

A reportagem entrou em contato com a defesa do investigado e, segundo o advogado Thomaz Johnson Abdonor, uma medida para revogação da decisão judicial já foi instaurada para que o pai das crianças consiga se comunicar com os filhos.

A defesa também fez a solicitação de guarda à favor do pai das crianças. De acordo com Thomaz, os filhos de Pâmela foram levados pela família da mãe no dia 23 de agosto e, desde então, não retornaram para a casa do pai.

Crime

O marido deu uma versão diferente aos policiais. Segundo o boletim de ocorrência registrado por ele, toda a família estava em casa quando a mulher ateou fogo no próprio corpo. Ainda segundo a ocorrência, todos viram as chamas e ele correu para ajudar Pâmela. No relato, ele disse que pegou primeiro um cobertor e, sem obter sucesso, jogou a mulher em uma caixa d’água.

Pamela chegou a ir para o quarto, mas piorou e não resistiu. — Foto: Arquivo pessoal

Pamela chegou a ir para o quarto, mas piorou e não resistiu. — Foto: Arquivo pessoal

Investigação

O caso segue sendo investigado pelo delegado Adilson Stiguivites, titular da Delegacia da Polícia Civil de Rochedo.

“Fiquei sabendo que a Justiça proibiu o contato do pai com os filhos, mas isso é precipitado. A história ainda não foi comprovada”, afirmou o delegado.

Pâmela morreu no dia 22 de agosto, após passar um mês em coma induzido na Santa Casa da capital. Ela foi encaminhada para o hospital da capital após ter o corpo incendiado no dia 21 de julho, em Rochedo.

Segundo a família da vítima, dias antes de morrer, Pâmela acordou do coma e acusou o marido de tê-la queimado na frente aos filhos, de 10 e 6 anos.

O pai de Pâmela foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e informou que a filha teria sido vítima de feminicídio. No boletim de ocorrência, registrado no dia 26 de julho, o homem descreve que os netos presenciaram todo o crime.

Fonte: G1 MS

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