Operação da PF investiga desvio de quase R$ 600 mil de universidade federal

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (25) a Operação Make-up Accounts, que investiga desvio de quase R$ 600 mil em recursos públicos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). O alvo é o ex-gerente da Funaepe (Fundação de Apoio ao Ensino e Extensão), vinculada à universidade.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos hoje na casa do ex-gerente e no local onde ele trabalha atualmente. Segundo a UFGD, ele trabalhou por cinco anos na fundação e fazia o desvio pagando boletos de terceiros, mas embolsava o dinheiro.

Conforme a PF, a investigação começou após denúncia da própria fundação e da UFGD apontando o desvio de recursos federais que eram destinados a projetos na área de educação.

Os investigadores descobriram que o então gerente executivo da Funaepe, que era o responsável pela gestão dos recursos, havia se apropriado de pelo menos R$ 563.083,46, mediante dezenas de transferências de contas bancárias da fundação para suas contas pessoais. O dinheiro era utilizado na compra de veículos e imóveis.

A pedido da Polícia Federal, a Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário do ex-gerente, busca e apreensão na casa dele e no seu atual local de trabalho e apreensão de dinheiro, veículos, imóveis, além do bloqueio das contas bancárias, para restituição ao erário público.

Conforme a PF, a operação tem o nome “make-up accounts” por fazer alusão à conduta fraudulenta do ex-gerente, que fazia “maquiagem” dos extratos e saldos bancários apresentados aos órgãos de controle interno e externo da fundação com objetivo de ocultar as fraudes.

UFGD

Em nota oficial, a Universidade Federal da Grande Dourados informou que o desvio começou a ser investigado após denúncia à reitoria apontar movimentações financeiras atípicas no âmbito gerencial da Funaepe.

Análise feita nos documentos financeiros e na atividade bancária da fundação apontou evidências de que o funcionário, que há cinco anos ocupava o cargo de gerente executivo do órgão, desviava dinheiro recebido pela fundação para investimento em projetos da universidade.

“O modo de operação consistia no pagamento de boletos em nome de terceiro – porém em seu próprio benefício – cujo pagamento era feito via conta bancária da Funaepe. E como ele mesmo era o responsável por organizar a prestação de contas da fundação, o artifício utilizado para esconder os desvios se dava por meio da adulteração dos extratos de movimentação bancária em software de edição de textos. Assim, retirados os indicativos do pagamento de boletos indevidos e alterado o valor do saldo da conta, as atividades financeiras aparentavam normalidade”, explicou a UFGD.

Assim que identificou os indícios de desvios, a Funaepe demitiu o funcionário e encaminhou o caso à Polícia Civil, Polícia Federal e MPE (Ministério Público Estadual).

Segundo a universidade, a Funaepe é entidade sem fins lucrativos, com CNPJ próprio, estabelecida para apoiar técnica e financeiramente programas e projetos de ensino, de pesquisa, de extensão e de desenvolvimento institucional científico e tecnológico da UFGD.

Por meio da fundação, a universidade elabora e executa iniciativas visando receber financiamentos de órgãos de fomento, realiza processos seletivos simplificados para a contratação de recursos humanos especializados, firma acordos de cooperação técnica com instituições nacionais e estrangeiras e executa outras atividades para agilizar projetos e programas institucionais.

“Cabe esclarecer, ainda, que todos os trabalhadores da Funaepe são contratados em regime CLT e não possuem vínculo trabalhista ativo com a UFGD, ficando o vínculo com a universidade representado pela presidência da fundação, necessariamente ocupada por servidor ativo da instituição de ensino”, informou a universidade.

 

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS

Notícias semelhantes