Pantanal teve aumento de 362% na perda de floresta primária em 2023

Em 2023, tanto o Pantanal quanto o Cerrado apresentaram um aumento na perda de floresta primária. No Pantanal, esse aumento foi de 362%, enquanto o Cerrado registrou um aumento de 6% na perda de cobertura arbórea de 2022 a 2023. Esses dados são provenientes da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, e da análise do observatório internacional GFW (Global Forest Watch).

Segundo o GFW, apenas em Mato Grosso do Sul, a perda de floresta primária foi de 94% entre 2022 e 2023, englobando todos os biomas do estado. Grande parte desse declínio está relacionada à expansão da produção de soja no Cerrado, enquanto o Pantanal, a maior área úmida tropical do mundo, enfrentou um aumento significativo na perda florestal em 2023 devido a incêndios.

No entanto, essa tendência de perda de floresta primária vem se mantendo ao longo dos anos. O Painel da GFW indica que entre 2013 e 2023, 97% da perda de cobertura arbórea em Mato Grosso do Sul ocorreu dentro de florestas naturais. Além disso, entre 2002 e 2023, o Estado perdeu 232 mil hectares de floresta primária.

Entre 2001 e 2023, os municípios sul-mato-grossenses que mais sofreram perda de cobertura arbórea foram Corumbá, com 317 mil hectares, e Aquidauana, com 134 mil hectares.

O observatório ressalta que o Cerrado é o epicentro da produção agrícola no país, e a expansão da produção de soja nessa região contribuiu significativamente para a perda de floresta primária.

Quanto ao Pantanal, apesar de os incêndios serem uma ocorrência natural na região, uma seca prolongada – causada em parte pelas mudanças climáticas – tem contribuído para incêndios mais intensos e frequentes, comprometendo a capacidade de recuperação do ecossistema.

Em 2023, o Pantanal sul-mato-grossense foi um dos locais que mais sofreu com as queimadas. Segundo dados do BD Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de 1º de novembro a 31 de dezembro do ano passado, foram registrados 113.764 focos de incêndio.

Amazônia

Por outro lado, a Amazônia brasileira registrou uma redução de 39% na perda de floresta primária em 2023, o nível mais baixo desde 2015. Essa diminuição resultou em uma diminuição considerável na parcela do Brasil na perda total de floresta primária global – de 43% em 2022 para 30% em 2023.

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS

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