Um plano de resgate ousado com veículos blindados, explosivos e até drones para resgatar Marcos Willian Camacho, o Marcola, da penitenciária federal acabou frustrado pela deflagração da Operação Anjos da Guarda, pela Polícia Federal, no dia 10 deste mês.
O plano denominado ‘domínio de cidades’ era um aperfeiçoamento do ‘novo cangaço’, um plano mais ousado e perigoso que seria colocado em prática para o resgate de Marcola. Fuzis, explosivos e até drone seriam usados na ação.
Pelo menos 30 criminosos participariam desse resgate, segundo informações do Portal UOL. A tática empregada incluía o enfrentamento às forças de segurança e explosão de veículos para cercar as vias de acesso ao local, impedindo a chegada de reforço policial.
Investigações apontam que outra alternativa para o resgate de Marcola seria organizar uma rebelião na penitenciária. O PCC (Primeiro Comando da Capital) já tinha feito, inclusive, um levantamento dos nomes dos servidores federais para usá-los como moedas de troca.
A diferença entre o ‘novo cangaço’ e ‘domínio de cidades’ são os alvos dos criminosos. O ‘novo cangaço’ tem como alvo pelos criminosos, instituições bancárias, já a outra técnica tem como alvo pessoas – a retirada de presos de penitenciárias.
Códigos de planos de resgate
“Plano 1 – Código STF. Por que não foi feito? Qual a dificuldade em fazer? Já estão monitorando? Do que precisam para fazer? Tem informações internas e externas da unidade.”
“Plano 2 – Sequência – Código STJ. Sequestrar diretor-geral e chefe de segurança. Família deles. Fazer o cativeiro em outro estado. Se o Ciro [Marcola] não sair, elimina. Renato Gomes Vaz – Diretor; Rodrigo Campos Porto – Chefe. Não adianta pegar Depen. Se for preciso pega agente penitenciária de Brasília.”
“Plano 3 – Suicida. Em 8 meses, se o STF e o STJ não for concluído [sic], o Ciro [Marcola] vai executar plano suicida dentro do sistema PF [penitenciário federal]. […] Atenção sócio Tuta, Bulgari, Colorido, Siariba, Maguila, Deva. Durante 10 meses tirou o banho de sol com Ciro [Marcola] e durante esse tempo recebeu instruções para passar aqui fora.[…] O plano do STF e STJ já precisa estar em andamento. Está só aguardando resultado. Bulgari e Ciro pediram atenção nisso. Pediram advogado toda semana para atualizar as informações.”
Advogada de MS presa em operação
A operação Anjos da Guarda cumpriu três mandados em Mato Grosso do Sul, sendo um de busca e apreensão em Campo Grande contra um membro do PCC e dois mandados em Três Lagoas. Um dos mandados de prisão, que acabou na detenção da advogada.
Os planos de resgate com códigos foram quebrados em fevereiro de 2021, logo após a advogada de Três Lagoas, presa na operação Anjos da Guarda, sair de uma visita a um de seus clientes, Edras Augusto do Nascimento Júnior, uma das lideranças do PCC, que estava encarcerado na penitenciária federal de Campo Grande.
A advogada de Três Lagoas, que estava com os códigos, foi presa pela Polícia Federal, no dia 10 de agosto, quando da deflagração da operação, que cumpriu três mandados em Mato Grosso do Sul, sendo um de busca e apreensão na Capital e dois em Três Lagoas.
Fonte: Jornal Midiamax