Ventilador, ar-condicionado e climatizador: entenda os prós e contras de cada aparelho para a saúde

Foto: Ventilador, climatizador ou ar-condicionado? Entenda as vantagens e desvantagens de cada um desses aparelhos — Foto: Adobe Stock

Ventilador, climatizador e ar-condicionado: por causa das ondas de calor cada vez mais frequentes, a reportagem conversou com especialistas para entender quais as vantagens e as desvantagens de cada um desses aparelhos para a saúde em situações de tempo seco e úmido.

Confira abaixo:

VENTILADOR

Vantagens

  • Pode ser portátil;
  • É mais barato do que o ar-condicionado (custa em média de R$130 a R$ 500); alguns modelos podem também custar menos que climatizadores;
  • Consome menos energia que o climatizador e o ar-condicionado (cerca de 3 a 4 vezes menos energia que o ar-condicionado);
  • Ajuda a deixar o corpo mais resfriado, apesar de não mudar a temperatura do ar;
  • Não exige grandes cuidados com manutenção, apenas limpeza das pás;
  • Ajuda a renovar o ar sem processo de filtragem, se o ar de fora estiver em boas condições.

Desvantagens ou pontos de atenção

  • Não reduz a temperatura do ar do ambiente;
  • Levanta o pó que está acumulado contendo poeira doméstica e ácaros, o que pode aumentar a incidência das alergias respiratórias em pacientes alérgicos;
  • Tende a ser mais barulhento.

O processo de transferência de calor sem o ar em movimemnto é muito lento e o ventilador acelera esse proceso. Com o uso do aparelho, o calor é retirado com mais rapidez. Em lugares com temperatura muito elevada e sem o recurso do ar-condicionado, o ventilador pode ajudar bastante.

O ventilador não reduz a temperatura do ar, mas deixa o corpo mais resfriado. Ele permite que a perda de calor do corpo seja facilitada, melhorando a sensação de conforto térmico.

“Quando a pele está quente, com muitas moléculas e um pouco de água, o ventilador acelera a troca de troca de calor. Se você está suado, o efeito é maior. As moléculas de ar batendo na água obrigam pelo choque a mudar de estado, de água para vapor, então rouba calor da pele. Aí, seca rápido e você refresca. O suor é para o ambiente fazer a água mudar de estado e roubar calor”, explica o professor de biometeorologia do departamento de Ciências Atmosféricas da USP Fabio Luiz Teixeira Goncalves.

AR-CONDICIONADO

Vantagens

  • É capaz de reduzir significativamente a temperatura do ar;
  • Alguns modelos podem esquentar também, além de resfriar;
  • É mais silencioso que o ventilador;
  • Alguns modelos podem ser portáteis;
  • Consegue controlar a umidade do ar, se for usado de maneira adequada (não é recomendado regular a temperatura em menos de 23°C).

Desvantagens ou pontos de atenção

  • Pode diminuir a umidade relativa do ar, deixando o ambiente mais seco, se for regulado em temperaturas mais baixas que 23°C; em algumas situações, recomenda-se o uso de umidificador durante algum período para amenizar esta situação;
  • Por diminuir muito a temperatura, pode gerar um contrate de temperatura entre o ambiente externo e interno muito grande, o que é ruim para o organismo;
  • Consome mais energia que o ventilador e o climatizador (cerca de 3 a 4 vezes mais que o ventilador);
  • Seu custo é significantemente maior que o ventilador e o climatizador, custando em média de R$ 2 mil a R$ 3 mil ;
  • Em grandes cidades muito quentes, seu uso em excesso pode contribuir para o fenômeno chamado de ilha de calor urbano;
  • Exige uma manutenção técnica preventiva com limpeza interna anual;
  • A maioria deles (não portáteis) exige gastos com obras de instalação.

O ar-condicionado reduz a temperatura do ar, mas pode deixar o ambiente mais seco, se não for usado de maneira adequada. Em lugares como UTI, ele é até recomendado.

Alguns aparelhos podem até aquecer o ambiente e não costumam custar mais que 10% do valor do produto, sendo recomendado para regiões mais frias também.

O professor Fabio Gonçalves alerta que o problema maior do ar-condicionado é o contraste de temperatura, porque o organismo não se adapta bem a essas mudanças abruptas. O adequado é que a diferença de temperatura entre o ambiente externo e interno fique entre 10°C e 7°C, segundo o especialista.

Em lugares mais secos, se a umidade relativa do ar estiver abaixo de 40%, vale investir em um umidificador de ar. A OMS recomenda que a umidade relativa do ar fique em torno de 40 a 70%.

Há aparelhos portáteis disponíveis no mercado (higrômetro) que calculam a umidade relativa do ar.

“Para reduzir a temperatura do ar, o ar-condicionado joga o calor para o ambiente externo e isso impacta também no clima da cidade, contribuindo para o efeito que chamamos de ilha de calor urbano”, explica a engenheira civil, docente e pesquisadora em conforto térmico e eficiência energética do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU USP) Karin Maria Soares Chvatal.

O professor da USP Antonio Mariane destaca que o ar-condicionado não deve ser condenado, mas as pessoas precisam saber usá-lo da maneira correta. “A temperatura correta é acima de 23°C. Se for abaixo disso, seca o ar. É um erro colocar em 18°C para resfriar rápido”, afirma.

Mariane acrescenta ainda que os aparelhos de ar-condicionado domésticos, como splits, não fazem a renovação do ar, como ocorre em ambientes públicos com sistema de refrigeração central. Sendo assim, nas residências, é recomendado deixar uma fresta de porta aberta para facilitar esta renovação.

Se os cômodos residenciais foram totalmente fechados, o ideal é instalar um ventilador pequeno com filtro que seja capaz de trazer o ar de fora filtrado para dentro. Ligar o aparelho apenas na ventilação também não permite esta renovação. Neste caso, as janelas podem permanecer abertas e o consumo de energia não é afetado, segundo Mariane.

Os aparelhos de ar-condicionado precisam de uma manutenção preventiva anual que garante a limpeza do filtro e a troca térmica mais eficiente. Além disso, se o aparelho tiver algum vazamento de fluido refrigerante (que pode causar poluição do ar externo), o reparo pode ser feito na manutenção.

A instalação do ar-condicionado precisa ser feita por técnicos qualificados para garantir que a mangueira que retira a água do aparelho tenha uma inclinação adequada e não acumule água parada e favoreça a proliferação de bactérias.

CLIMATIZADOR DE AR

Vantagens

  • É indicado para lugares muito secos porque aumenta a umidade relativa do ar;
  • É um aparelho portátil, que pode ser levado de um cômodo para outro;
  • Consegue reduzir (em poucos graus) a temperatura ambiente;
  • Por não reduzir tanto a temperatura como o ar-condicionado, não favorece o contraste de temperatura muito alto entre ambiente externo e interno;
  • Custa menos que o ar-condicionado (em média de R$540 a R$ 2 mil);
  • Alguns modelos também possuem a função de aquecedor;
  • Não exige gastos com obras de instalação;
  • Consome menos energia que o ar-condicionado.

Desvantagens ou pontos de atenção

  • Não é recomendado para lugares úmidos;
  • Por aumentar a umidade relativa do ar, pode favorecer a proliferação de microrganismos;
  • Resfria somente ambientes pequenos, como quartos;
  • Em cidades muito quentes, com temperaturas acima de 40°C, a redução de temperatura que ele consegue atingir pode não trazer o conforto térmico esperado;
  • Por aumentar a umidade relativa do ar, pode favorecer a proliferação de microrganismos. Por isso, não é recomendado para lugares de clima muito úmido;
  • Exigem manutenção frequente, com limpeza do filtro ou painel de resfriamento, dependendo do modelo;
  • Exige a troca periódica de água do reservatório para evitar a proliferação de microorganismos;
  • O usuário não consegue controlar a temperatura.

O climatizador de ar consegue diminuir em poucos graus a temperatura de um ambiente, puxando o ar quente para o interior do aparelho e lançando de volta ar resfriado por meio da água e bolsas de gelo no reservatório. Em lugares mais úmidos, como a Amazônia, o ventilador pode ser mais recomendado que o climatizador.

Fonte: G1

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